Se....
Frei Felix,op |
“(…)
Mas
não foi você mesmo que me disse que, se lhe provassem matematicamente
que a verdade estava fora de Cristo,
você aceitaria melhor ficar com Cristo do
que com a verdade?”
(As palavras de Chátov repetem, com alguma
variação, uma
ideia
do próprio Dostoiévski sobre o seu símbolo de fé, exposta em carta de 20
de
fevereiro de 1854 a N. D. Fonvízina:
“Esse
símbolo é muito simples: acreditar
que não há nada mais belo, mais
profundo, mais simpático, mais racional, mais
corajoso e perfeito que Cristo - e não
só não há, como eu ainda afirmo com um
amor cioso que não pode haver! Além
disso, se alguém me demonstrasse que
Cristo está fora da verdade e se
realmente a verdade estivesse fora de Cristo,
melhor para mim seria querer ficar com Cristo que
com a verdade”.
(N. da E.)
Você
disse isso? Disse?”[1]
Este
trecho foi para mim uma grande surpresa. Este
“O MAIS” e “MELHOR”. Pois foi escrito pelo homem que “respeitosamente
devolveu o bilhete a Deus”. Na verdade, eu compreendo que o que ele pretendia
era devolver-nos, a cada um de nós, a responsabilidade dos nossos atos. Porque
Deus, para Dostoiévski, foi o mais e o melhor, assim como se lê na Sagrada
Escritura e nos livros dos Santos.
Lembrei-me,
a propósito, de ter ouvido que quando perguntaram a São Tomás de Aquino: “Se
tivesse que escolher um só libro entre todos os livros, qual escolheria?”
Ele respondeu: “Escolheria Cristo”.
Gostei
de saber, pois recordava-me apenas da muito conhecida aparição em que Cristo
pergunta a São Tomás: “O que queres escolher entre os bens do Céu, como
recompensa de teres falado bem de Mim?”, ao que Tomás responde – “Quero
a Ti”!
Na
carta aos Filipenses, São Paulo também escolhe o mesmo; “Porém aquelas coisas
que eu considerava como lucro, considerei-as como perdas por amor de Cristo”
(Fil 3, 7). Esta passagem da Escritura foi lembrada na homilia pelo Provincial
Frei José Nunes, no dia de Profissão de Votos Perpétuos da Irmã Ediana Soares.
Vemos
os Santos que fizeram esta escolha, vemos os Mártires que escolheram de forma
ainda mais radical, pois preferiram Cristo mesmo que por isso tivessem de derramar
seu sangue e serem torturados.
Ao
lermos o Evangelho, percebemos que fizeram uma feliz escolha. Ao meditar na
cura do paralítico (Jo. 5, 1-16), percebemos que Jesus cura por amor. O
paralítico não O conhece, apenas se lamenta dizendo que ninguém o tinha
ajudado… Jesus pede-lhe para se erguer, e o paralítico levanta-se e segue o seu
caminho sem sequer perguntar o Nome d’Aquele de Quem recebeu tamanha Graça.
Jesus, ainda assim, volta a encontrá-lo,
não para exigir qualquer agradecimento, mas somente para cuidar dele – e, assim
como cuidara do seu corpo, zelar pelo seu interior, pela sua vida feliz.
Ao
ler isto, não resisto em renovar a minha escolha - e não tanto pelo milagre em
si, mas pela forma admirável como Cristo trata o ser humano, com tal dignidade!
Ó
Deus, obrigada porque Tu vens ao nosso encontro
e por isso nós podemos escolher seguir-Te, amar-Te e servir-Te, porque Tu o
fizeste primeiro. Escolhemos viver a nossa vida contigo; os casais nas suas
famílias, os que vivem sozinhos, as irmãs nos conventos, no trabalho… sabendo
que, onde estivermos, estamos conTigo!.
Ir. Arta Lekaj
Jesus...como nao seguir Jesus entao quando visito o pobre o doente Eu vejo - O Nele...como dizem nao se faz nada ?... Nem que sja só um copo de Agua... Jesus esta. Pequenos gestos ...jesus está ái. Obrigada Arta por lembrates que Jesus esta e vale sempre a pena segui - Lo mesmo quando nao enxergamos bem o que vai acontecendo á nossa volta.
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