XVIII Fórum Ecuménico Jovem

"Dai-lhes vós mesmos de comer (Mt 144, 16)", pois sim, dar de comer a quem muitas vezes não quer comer não é tarefa fácil! 
Muitas das vezes, nem sequer sabemos como devemos dar "de comer" (como chegar até alguém), qual a reação do outro em receber. Depois disto, ainda temos algumas perguntas, que pelo menos a mim me assombram, que são: serei eu capaz de dar "de comer" a quem precisa independentemente do estado em que se encontre? Claro que.... (é retórica ;) ).
Pois bem, como o tema "Dai-lhes vós mesmos de comer", excerto do Evangelista Mateus, realizou-se no passado dia 13 de novembro, entre as 10h e as 17h, no Seminário Santa Joana Princesa (Aveiro), o XVIII Fórum Ecuménico Jovem. No forúm estiveram várias religiões de origem cristã, nomeadamente nós, a igreja católica apostólica romana, a lusitana, a presbitana e a metodista.  
Depois da oração inicial e das palavras do Senhor Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, foi tempo de entrar no aprofundamento do tema, sendo este realizado pelo Pe. João Gonçalves, Padre responsável pela pastoral penitenciária em Aveiro. Este sacerdote começou por referir que a falta de alimentos é mundial e que isso também se nota em Portugal. João Gonçalves referiu que Deus criou tudo para toda a gente, ao Homem compete cuidar em vez de estragar, como tantas vezes faz. Ao dar o alimento que o outro precisa, devemos de dar o essencial e dar com amor, generosidade. Fazendo alusão à multiplicação dos pães e dos peixes, Jesus também partilhou os alimentos com aqueles que menos tinham, onde nesta situação o mais fácil seria enviar os "desgraçados" que o escutavam para suas casas, visto na altura os pobres incomodarem/atrapalharem. Pois bem, deveremos fazer o mesmo, do pouco fazer muito.
A generosidade aqui revelou-se ser o essencial, assim como o dar de boa vontade. Em jeito de conclusão, o Sacerdote João Gonçalves referiu que quem pede, pede sempre algo e nunca o que está a pedir! Por vezes, quem está a pedir, só pede que a ouçamos. Somos capazes de parar para ouvir o outro? Somos capazes de passar a conversa do "Olá, tudo bem?" e receber um seco: "Sim, tudo bem, obrigada!"??? Pois, ninguém disse que seria fácil.

De seguida, trabalhos de grupo. Uma touxa com 15 objetos é dada a cada grupo. Cada elemento do grupo esolhia um objeto e depois explicar o porquê da escolha e se ao dar a alguém esse objeto se poderia ser humilhante para quem recebe....pois, para mim seria impensável oferecer uma chave de fendas a alguém! O grupo concluiu que nem sempre o valor que damos aos objetos é o mais correto, que há diferentes maneiras de ajudar alguém, que temos mais sempre para dar do que o que damos e que muitas das vezes, mais do que dar objetos, "dar" uma boa conversa poderá ser mais eficaz.   
Rapidamente o dia chega ao fim, e mais do que dar, de como dar, não devemos de "atirar" para a cabeça as questões que são do coração, assim como devemos ser a voz daqueles que não têm voz, pois, no fundo, todos somos Cristãos. Todos acreditamos no mesmo Deus, no mesmo Jesus e no mesmo Espírito!
NF

 
 



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