Drave - Caminho de Santiago - Pedrógão - Silêncio
Pelo título quase dá vontade de fugir, pois parece não ter nada a haver com nada. Mas na verdade.....
Drave, a aldeia encantada, um lugar fantástico de estar e contemplar. Ao reler o testemunho da Liane (http://pastoraljuvenilidscs.blogspot.pt/2017/06/ao-encontro-do-caminho-drave.html), sim, o chegar à aldeia foi difícil: com altos e baixos, com muito poucos lugares frescos para parar, e acima de tudo, um lugar novo que eu não conheço e que me obriga a confiar, mas.... no meio do "nada"....confiar em quê? Confiar em Quem?
Drave, é portanto um caminho trabalhoso e quando pensamos que estamos a chegar, que é "já ali", eis que temos mais uma curva/uma "reta" para fazer.
Caminhar até Santiago, é mais ou menos como caminhar para Drave. Um caminho, um percurso a fazer, que no caso tem uma vantagem: já fiz o Caminho alguma vezes, já o "domino". No entanto, fazer o Caminho é sempre novo, pois não sei como o meu corpo reagirá e por vezes a ansiedade/ a vontade de "chegar rápido" acaba por nos (me) atraiçoar e eis que aparecem as bolhas e as dores nos tornozelos. É neste momento que aquilo que "domino" cai por terra e inconscientemente deixo "entrar" o medo. A partir daqui, o Caminho já se torna desconhecido, já não o "domino", pois o meu corpo reagiu. A partir daqui, tudo será novo. A partir daqui, já não confio em mim, mas....confio no quê?
Na homilia do passado domingo na igreja de Santa Maria de la Concepcion, Porriño, o senhor padre falou da "grande tragédia" que acorrera em Portugal. Não fazíamos ideia do que tinha acontecido e só no final da eucaristia é que perguntamos a locais e ficamos a saber. As lágrimas vieram-me aos olhos. No meu país tinha acontecido uma "grande tragédia". Uns rezavam, outros interrogavam-se e outros faziam (e acredito que continuam a fazer) chegar bens aos que de um momento para o outro ficaram sem nada: sem casa, sem família.....ficaram sem nada! No que confiar numa situação destas? Em Quem confiar?
Pedrógão Grande (e agora Góis) de um momento para o outro, o que era um manto verde fica coberto por um mar de chamas, ou como alguns referem: "Descida ao princípio do inferno". Todos queremos e procuramos incessantemente respostas. Todos queremos um responsável pelo sucedido. Todos queremos algo e só desejávamos que nenhuma "grande tragédia" tivesse acontecido.
É aqui que todos os caminhos se cruzam: Drave - Santiago - Pedrógão: lugares fantásticos de estar, parar, respirar, que num estalar de dedos.......
Por fim, no meio de tantas perguntas sobrevive o Silêncio. O Silêncio que "também fala", o Silêncio que "também é resposta".
Drave, a aldeia encantada, um lugar fantástico de estar e contemplar. Ao reler o testemunho da Liane (http://pastoraljuvenilidscs.blogspot.pt/2017/06/ao-encontro-do-caminho-drave.html), sim, o chegar à aldeia foi difícil: com altos e baixos, com muito poucos lugares frescos para parar, e acima de tudo, um lugar novo que eu não conheço e que me obriga a confiar, mas.... no meio do "nada"....confiar em quê? Confiar em Quem?
Drave, é portanto um caminho trabalhoso e quando pensamos que estamos a chegar, que é "já ali", eis que temos mais uma curva/uma "reta" para fazer.
Caminhar até Santiago, é mais ou menos como caminhar para Drave. Um caminho, um percurso a fazer, que no caso tem uma vantagem: já fiz o Caminho alguma vezes, já o "domino". No entanto, fazer o Caminho é sempre novo, pois não sei como o meu corpo reagirá e por vezes a ansiedade/ a vontade de "chegar rápido" acaba por nos (me) atraiçoar e eis que aparecem as bolhas e as dores nos tornozelos. É neste momento que aquilo que "domino" cai por terra e inconscientemente deixo "entrar" o medo. A partir daqui, o Caminho já se torna desconhecido, já não o "domino", pois o meu corpo reagiu. A partir daqui, tudo será novo. A partir daqui, já não confio em mim, mas....confio no quê?
Na homilia do passado domingo na igreja de Santa Maria de la Concepcion, Porriño, o senhor padre falou da "grande tragédia" que acorrera em Portugal. Não fazíamos ideia do que tinha acontecido e só no final da eucaristia é que perguntamos a locais e ficamos a saber. As lágrimas vieram-me aos olhos. No meu país tinha acontecido uma "grande tragédia". Uns rezavam, outros interrogavam-se e outros faziam (e acredito que continuam a fazer) chegar bens aos que de um momento para o outro ficaram sem nada: sem casa, sem família.....ficaram sem nada! No que confiar numa situação destas? Em Quem confiar?
Pedrógão Grande (e agora Góis) de um momento para o outro, o que era um manto verde fica coberto por um mar de chamas, ou como alguns referem: "Descida ao princípio do inferno". Todos queremos e procuramos incessantemente respostas. Todos queremos um responsável pelo sucedido. Todos queremos algo e só desejávamos que nenhuma "grande tragédia" tivesse acontecido.
É aqui que todos os caminhos se cruzam: Drave - Santiago - Pedrógão: lugares fantásticos de estar, parar, respirar, que num estalar de dedos.......
Por fim, no meio de tantas perguntas sobrevive o Silêncio. O Silêncio que "também fala", o Silêncio que "também é resposta".
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