Pronto, visto a minha melhor roupa, bem, não é a melhor, segundo os critérios da minha mãe... Mas sim, estou baril!! E saio de mãos nos bolsos… Quero escolher bem o sítio, quero olhar o rei nos olhos, fora da multidão… A estrada deserta, a única estrada de acesso à cidade…. E na subida os batedores e todos aqueles carros vão abrandar… Sim, porque um rei que se preze, virá com polícias e sirenes, não é? E passa uma “mamã” com várias crianças, vão no meio da estrada, na algazarra das crianças, como se tudo fosse delas… vão-se distanciando… Sinto algo ou alguém a tocar-me nas pernas… olho, um menino havia ficado ali a olhar para mim… e mãe já vai longe… Aflito não vá estorvar o meu esquema… Agarro-o e berrando corro atrás da “Mamã”… Volto à minha vigia, agora mais cansado e transpirado… Vejo um ponto no horizonte… Será? Não, é só um mendigo, evito olhá-lo, não o quero ali quando o Rei passar… Estende-me a mão, fala-me de fome… reviro os bolsos, apenas umas bolachas, entrego-as