Halloween ou Santos

Na minha infância muitas vezes lamentei que o Carnaval fosse só uma vez no ano, a moda de festejar o halloween em Portugal começou ao de leve era eu jovem, logo a nível pessoal nunca se me colocou a questão se festejava ou participava. Confesso que enquanto religiosa muitas vezes partilhei o incentivo a que se reavivasse a tradição do bolinho ou de pedir os Santos, mas entendo a pressão nas crianças e famílias para que adiram a mais uma data, que na realidade é uma forma de incentivar ao consumo! Também é verdade que com as novas tecnologias o mundo ficou mais pequeno. Logo as tradições de grandes países como os Estados Unidos torna-se uma influência avassaladora.

Também entendo que a Igreja recuse a festevidade do halloween, não por querer ser chata ou conservadora, mas, como diz São Paulo, "se Jesus não ressuscitou, é vã a nossa fé"! Acreditar na ressurreição dos mortos e na vida eterna é um ponto essencial da fé católica. Onde não se comtempla, nem no imaginário infantil bruxas, vampiros ou mortos vivos! 

Afinal como surgem estas festas? Surge no ser humano desde muito cedo a necessidade de fazer o luto e de criar a relação possível com os entes queridos que já faleceram. A Igreja ao perceber este culto aos mortos, procura catequizar e surge o dia de Todos os Santos, todos os que embora desconhecidos dos homens estão com Deus. E no dia seguinte a romagem aos cemitérios e a oração por todos os que partiram, que ainda possam precisar da nossa Oração! Em muitas zonas de Portugal "os santos" a oferta dada a crianças e graúdos era dada pelas almas, lembro-me bem da minha mãe a dar à porta, quando nos pediam e a ensinar-me a agradecer, "obrigada, seja pelas almas de quem lá tem"!

Também o dia das bruxas é uma forma de exorcizar o medo da morte e de tudo o que desconhecemos! Mas também tem o lado da oferta, aqui os doces livram de sofrer uma partida! Aqui a ação humana de dar ou não leva à reação das crianças! O halloween transforma em diversão para crianças e adultos um universo que não conhecemos e nos assusta! Na tradição católica esse universo não é assustador, porque Cristo foi à nossa frente e nos abriu as portas!

Mais importante do que vestir as crianças de bruxas ou não será apresentar-lhe este Jesus que nos acomapanha, até na morte! E cumprir o ensinamento da Liturgia deste XXXI domingo do Tempo Comum, "amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmos"! 

Ir. Flávia Lourenço, op  

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