Feliz Páscoa


Hoje festejamos a “eterna novidade do nosso Deus” que quer estar connosco, ser um de nós, viver connosco. Festejar nos nossas bodas, na nossa conversão, tomar refeições connosco, escutar, fazer perguntas, ser tocado, apertado no meio da multidão, tocar na nossa lepra, deixar que lhe lavem os pés, e Ele por Sua vez, lavar os nossos. Quer alegrar-se connosco, admirar-se com os pequenos gestos, com o nosso modo original e concreto na fé ou no entrave que pomos à fé por causa da nossa pequenez. Quer curar, perdoar, libertar, amar, salvar. Estar, partir-ficar-voltar. Ser o Deus que veio, vem e virá. Um Deus que chora por nós; carrega a cruz; suporta a rejeição, o escarnio, o abandono; a sede; a dor e a morte. Certo de que assim nos renovaria pois “com Ele também nós ressuscitaremos”. E dizendo com as palavras poéticas de Roberto Benigni, “um Deus que nos convida a ver o inimaginável, a abraçar o que não podemos deter… o nosso Deus nos alargou a vida metendo-nos dentro da liberdade (nos livrou da escravidão), nos alargou o coração metendo dentro o Seu amor, e nos alargou o cérebro, metendo dentro o Infinito”. Pois “nem os olhos viram, nem os ouvidos ouviram, nem jamais penetrou no coração humano o que Deus preparou para aqueles que o amam”. (1 Cor 2, 9). Por isso escutemos a grandeza e a profundidade das Leituras desta Semana, no que se refere a Jesus. Acompanhamos de perto ou de longe, perdidos na distração ou de joelhos em adoração ao escutarmos que o FILHO DE DEUS EXPIROU! E entramos assim com este momento grandioso e misterioso de silêncio, que nos convida a olhar para os túmulos que nos querem vencer.

É medonho pensar que “sabemos o Evangelho de cor e salteado”, é um acto de preguiça para nos pormos no caminho da escuta e da contemplação de um Deus que não desiste de nós. Que nos diz que nós não somos “a soma dos nossos pecados”, que não veio para condenar mas para nos restituir a dignidade e a graça, que nos levam à felicidade.

O nosso coração anda em busca de novidades, compramos roupa nova, lemos novos livros, viajamos em novos lugares, fazemos novas amizades, escutamos as notícias… buscamos novidade mesmo virando as costas e correndo em direção contrária como nos lembra o filho pródigo no Evangelho de são Lucas e fazemos nossas as palavras de Santo Agostinho no livro das Confissões “buscava-Te, ó Deus, fugindo de Ti”. Nesta Semana Santa é a Semana de eterna Novidade que nunca acaba, mesmo se completarmos os cem anos de vida, morreremos como um iniciante como um aprendiz desta eterna Novidade, desta eterna Boa Nova: Jesus verdadeiro Homem e verdadeiro Deus na unidade com Deus Pai que nos revelou e com o Espírito Santo que nos enviou!

Louvado, adorado e amado sejas sempre ó Deus!

Ir. Arta Izabel Lekaj op


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