Cristo Morreu! Tríduo no Convento
Desde já desejo a todos os leitures uma Santa Páscoa!
Sim, uma Santa Páscoa depois da mesma ter já passado! Como cristãos, celebramos sempre as festas à "grande e à francesa", pois, se é festa, quanto mais tempo a mesma durar melhor. Assim, celebramos a Vida durante uma semana e mais uns dias!
Viver o os últimos dias de Jesus no convento, em retiro, foi um tempo de mergulhar bem fundo. Foi tempo de mergulhar na alegria do último banquete; na agonia/solidão da noite da entrega; na imensa dor da morte. Foi tempo também de mergulhar com Maria, a Mãe. A Mãe que vê e presencia a morte do seu Amado Filho. Penso na Mãe e à cabeça só me vêem gritos de dor, pois era o seu Filho que estava a ser condenado injustamente. Sejamos sinceros, Jesus, para o seu tempo tinha uma linguagem muito à frente, com certeza que os seus contemporâneos se viam "gregos" para o perceberem (ainda hoje percebê-Lo não é fácil, quanto mais na época!). Claro, que foi mais fácil assim como sempre será, condenar um só à morte do que uma sociedade. Mas, voltando às celebrações e sendo muito resumida:
- Missa Crismal: todos os sacerdotes reunidos por Ti, todos reunidos à volta da mesa, todos em União na Igreja, todos por Ti;
- Missa de lava pés: o Maior baixa-se para servir, o Maior baixa-se para purificar, pois só assim entraremos Contigo;
- Adoração noturna: o cansaço dos que estiveram na altura Contigo e o cansaço dos que nos dias de hoje estão é semelhante, quase nem capazes somos de estar Contigo uma hora de oração, pois as distrações, por mínimas que sejam, são muitas (e deitemos a culpa para o cansaço!);
- Adoração à Cruz: as Tuas últimas palavras vêem-me à cabeça, em primeiro: aquelas em que confias a tua Mãe ao discípulo amado e vice versa, depois o Teu último suspiro: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E assim, tudo está consumado, tudo está como é suposto ter acontecido. Uns choram a perda, outros lamentam e outros nem querem saber, sendo-lhes indiferente a morte de um Homem. MorresTe. Estás morto! E demora tanto a Ressuscitares. Silêncio! Não se houve barulho. Nem os passarinhos cantam. Tal Te é o respeito. MorresTe.
- Sábado: desde pequena que me falam do sábado como "Sábado Aleluia". As últimas preparações para no dia seguinte se receber em casa a Visita Pascal (como se diz na minha terra, o Compasso/Compasso Pascal). Quase que ia passando despercebido, pois já sabemos o que vamos celebrar à noite/ no dia seguinte. Eis que é abençoado o Círio. Eis que entra Luz nova. Eis que a Vida venceu a morte. Eis que é chegado o tempo da tristeza dar espaço à Alegria. É chegado o momento de sair para a rua com Alegria e dizer: ALELUIA! RESSUSCITOU!!!
Naturalmente, os sorrisos saem e andam estampados nos rostos, pois Aquele a quem seguimos Ressuscitou, Venceu. Afinal, Jesus não está morto! Afinal, Jesus venceu a morte!
E é esta a beleza de ter vivido o Tríduo Pascal no Convento: perceber e vivenciar estes últimos dias da Vida terrena de Jesus, sem grandes preocupações com as arrumações "da Páscoa".
O Domingo da Ressurreição, esse foi como tinha de ser: com a família à espera que o Ressuscitado Entrasse em Casa e em cada Casa.
Santa Páscoa!
Natália Faria
"Meu Pai, se é possível, que se passe de mim este cálice" Mt 26, 39 |
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