Santa Joana e a moda

Santa Joana, pode parecer-nos uma figura centenária, quase desinteressante à juventude ou talvez não, vamos procurar conhecê-la melhor... Joana, princesa, mulher de um temperamento forte,  manifesta a sua personalidade ao escolher o convento. ao recusar os casamentos e com grande liberdade lutou pela sua consagração religiosa.
Atelier de São Miguel 
Aproveitando a chegada do pai, D. Afonso V, que chegou vitorioso de uma campanha no norte de África, escolhe a toallet com esmero como se fosse para um desfile de moda. Escolhe um vestido de veludo verde, que lhe valoriza os grandes olhos expressivos e fala-lhe: 
«Antigamente, diz ela ao pai, os reis e imperadores quando regressavam vitoriosos das suas conquistas, ofereciam aos seus deuses, em ação de graças, aquilo que tinham de melhor. Hoje, também vós deveis agradecer a Deus a vossa vitória, com um presente digno de um rei como vós». "Terminando por dizer que o presente que Deus queria era ela própria."(P. João Gonçalves) 
O bom pai, emociona-se e cede... 
Arquiteto Luís Cunha (Igreja de Santa Joana)
 Santa Joana é enviada para o Convento de Odivelas. Contudo, as intrigas da corte estão demasiado perto, nem no Convento a princesa se consegue livrar daquele ambiente. Decidida Joana dá mais um passo, sabe que a sua preceptora, D. Beatriz de Menezes está em Aveiro, numa zona periférica e de pântanos, acima de Coimbra. Nesse mosteiro pertencente à Ordem dominicana primam as virtudes e o ardor espiritual.  
Mesmo em Aveiro a pressão do Rei, D. João II continua sobre a princesa, que só vislumbra uma réstia de luz, com a morte de um dos pretendentes. Em Aveiro, no Mosteiro encontra a liberdade desejada, sem poder professar devido aos  meandros da corte, vive uma vida castra, pobre, devota e praticando a caridade com todos os que acorrem a pedir esmola. 
Joana mesmo sem votos públicos realiza-se na  «vida religiosa, concretizada a fundo na alegria da pobreza, da castidade e da obediência e num clima de fé, esperança e de caridade, sempre constituiu uma séria fidelidade a Deus, tornada clara aos irmãos.» (P. João Gonçalves) 


Joana princesa que a Aveiro chama a sua "pequena Lisboa", é amada pelos aveirenses  ao longo dos séculos, que lhe chamam "princesa" e "santa". Da alta costura da corte, onde prima o glamour Joana encontra no claustro e nos trajes simples do hábito a sua "medida".
E este ano mais uma vez, Aveiro parou para a homenagear  na procissão! 
Santa Joana princesa, rogai por nós! 

Ir. Flávia Dores, op 

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