O amor tudo pode

"O amor tudo pode, o amor vence todas as dificuldades." Teresa de Saldanha

Deus na sua infinita misericórdia olhou para mim e escolheu-me para ser toda d'Ele. E no dia 8 de Janeiro pela terceira vez renovei o meu SIM a Deus, agora por dois anos!
Em mim habita uma alegria transbordante, partilhada com o povo da Albânia, de forma tão simples e bonita, na celebração da Eucaristia. E tal como há três anos fico sem palavras diante de tudo o que Deus faz comigo e por mim.
Sinto-me um pequeno e simples instrumento nas mãos de Deus. Uma profunda paz habita em mim e me faz caminhar serena e confiantemente para os braços d’Aquele, que um dia olhou para mim, vedou-me todos os outros caminhos e me fez perceber que nada fazia sentido se não ser inteiramente d’Ele. 
Há três anos atrás acreditava que este dia estava longe. Ainda faltava muito tempo para renovar por dois anos e me preparar para concluir o primeiro quinquénio do juniorado. Mas este dia chegou bem mais depressa do que imaginei e num lugar que nunca pensei estar: na Albânia. 
Nestes dias, faço memória agradecida do que vivi na minha primeira missão no Alentejo, em Estremoz. Relembro cada uma das visitas pastorais que pude ajudar a preparar, os encontros de jovens e adolescentes, as catequeses, as idosas do lar de Santa Cruz, as funcionárias, as Irmãs. Foram tempos de conhecimento e de crescimento. De conhecer uma realidade até então desconhecida. Viver no Alentejo durante quase três anos foi encontrar em muitos rostos uma grande sede de Deus, um desejo profundo de conhecer mais e mais. Foi encontrar uma hospitalidade inimaginável, onde sempre havia espaço para mais um. Foi sentir muitas e muitas vezes, em cada porta que se abria, que me acolhiam como presença de Deus nas suas vidas e nas suas casas. Não consigo traduzir em palavras o muito que vivi e senti no Alentejo. Para mim é e continua a ser uma verdadeira terra de missão.     
Desta memória agradecida também faz parte todos os momentos com a equipa da Pastoral Juvenil, os Dominismissio, as Peregrinações a Santiago com o CUFC Aveiro, os encontros de adolescentes. Cada atividade foi única e irrepetível! Nelas participaram jovens fantásticos, que nos obrigaram muitas e muitas vezes a sair da nossa zona de conforto e a sermos cada vez mais instrumentos de Deus nas suas vidas. Foi muito bonito acompanhar o crescimento de tantos jovens e vê-los desabrochar para novas realidades, algumas nunca equacionadas. 
Mas a nossa vida é assim! Quando tudo parece correr bem e sobre rodas, Deus troca-nos as voltas e pede-nos algo mais! Algo mais desafiante para que não fiquemos nos nossos êxitos! A minha vinda para a Albânia foi assim: Deus a trocar-me as voltas!
Vir para a Albânia significou sair por completo da minha zona de conforto, de junto de todos aqueles que para mim eram sinal de segurança. Não vim porque as coisas estavam a correr mal, antes pelo contrário, corriam muito bem. Mas Deus, porque me ama infinitamente e para que não ficasse na glória dos êxitos apostólicos, mudou os meus planos e enviou-me para a Albânia. É uma nova cultura, uma nova língua, uma nova realidade. Um país onde os católicos são a minoria, mas onde como no Alentejo, encontro muita sede de Deus. 
Os dias passam e já me encontro aqui há quatro meses. Quatro meses de descobertas, de inculturação, de traçar novos caminhos. Quatro meses de perceber que quando nos fazemos pequenos e simples nas mãos de Deus, então nos tornamos grandes. Quatro meses de reconhecer a minha pequenez e de perceber que é quando somos fracos, que então somos fortes, porque só a graça de Deus nos basta! 
Este é o tempo da oportunidade, do crescimento, do desinstalar! Este é o tempo de deixar que Deus escreva uma nova história comigo e através de mim! Saiba eu ser um simples lápis nas suas mãos… 
Ir. Ana Margarida Lucas, op

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