Imaculada Conceição

Vanesa Guerrero1

Dia 8 de dezembro, Dia da Imaculada Conceição, dogma de fé, proclamado só em 1854, séc. XIX, quando na realidade em Portugal a primeira celebração do culto da Imaculada Conceição foi em 1320, em Coimbra. Esta devoção foi-se propagando, não só em Portugal, mas na peninsula Ibérica, e "em toda a cristandade". Em Portugal tem um dos momentos áureos, após a restauração da nossa independencia, quando D. João IV, durante as cortes de 1646, em sinal de gratidão  consagrou-se a ele e ao País, com a coroação da Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha e Padroeira de Portugal, oferecendo-lhe a sua coroa, que nenhum dos nossos reis puderam usar, após este ato.

Muitas vezes ouve-se falar contra os dogmas, embora as pessoas desconheçam quais os dogmas da Igreja e o seu contexto, são proficuas em opiniões e censuras, confesso que eu própria, naquela idade das certezas, pelo fim da adolescencia, também proferi algumas pérolas de ignorância. Hoje fico sem palavras, quando percebo que o Espírito paira, "por onde quer", e aguarda que nós e que a  hierarquia da Igreja consigamos ler os acontecimentos. 

Só depois da maioria da cristandade ter intuído a santidade da Virgem Santa Maria, concebida sem mácula, o dogma da Imaculada Conceição de Maria foi proclamado a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’. De Maria nos veio o melhor exemplo de gratidão e de acolhimento a Deus, ao rezar o "Magnificat" (cf Lc 1,46-55). 

                                                                                                                                                         Ir. Flávia Lourenço, op

MAGNIFICAT

 Deus, minha alegria,

Tu és o sopro da minha vida,

Tu és a fonte do meu canto,

Tu és o ritmo do meu sangue,

Tu és o fogo que me devora.

Tu fizeste da minha pobreza

Tua morada de silêncio,

onde todo o ser pode adorar,

o segredo da Tua presença.

 

Deus, minha alegria,

Só Tu és santo,

o teu amor é poder

e nas tuas mãos

o mundo tem origem.

Tu dispersas os soberbos

como a palha lançada ao vento

e acaricias os infelizes

como filhos teus.

 

Deus, minha alegria,

Tu abates os reis

e despojas os abastados,

mas cumulas os pequenos

que têm fome de Ti.

Tu és fiel às Tuas promessas

desde sempre e para sempre,

porque a Tua ternura

nunca mais terá fim.

                                                Autor Desconhecido