Diário do Peregrino: Parte III
Porque a saga continua e em vez de fazermos uma etapa.....pronto, vamos fazer duas etapas num dia
2ª Etapa: Porriño - Redondela (15km e 200m de paisagem
Saímos do albergue ainda o sol não tinha nascido. Só por lá andava o gato ou gata (desculpem, mas não lhe pedi o Cartão de Cidadão ) e eram 6.20h (hora espanhola).
Quem já fez o Caminho sabe que aquelas subidas em Mós, são tudo menos fáceis. Inspira....expira.....inspira....expira e não fala! volta a inspirar..... volta a expirar.....
Por sorte, o tempo ajudáva-nos, pois a manhã estava fresca no final da subidas, lá havia a necessidade de uma pausa, mas pequenina, não fosse o corpo habituar-se
Chegámos a Redondela por volta das 10.20h. Decidimos parar e ver como o corpo reagia. Fizemos os tradicionais alongamentos e.... "dos cafés por favor". Enquanto a menina tirava os cafés, a Freirinha aproveitou para ir ao WC. Eu, como estava muito ocupada a fazer nada, reparei que na mesa ao lado estavam uns senhores a beber 1906. Pois bem, é de manhã que começa o dia
Depois do caFé, como vimos que estávamos impecáveis, pronto.... "Natália, que fazemos à nossa vida? Ficámos mais um pouco ou arrancamos?", perguntou a Freirinha. "Vamos Irmã, vamos. Estar aqui paradas não é vida para ninguém.", respondi eu.
E assim, alegremente nos fizemos ao Caminho, em direção a Pontevedra.
O pânico aconteceu quando ficamos sem água e não tinhamos na memória se havia por perto alguma fonte. E agora, o que fazer sem ninguém por perto para nos socorrer????
Pois, na verdade, como que caidos do céu apareceram dois ciclistas Tugas que se tinham enganado e estavam a voltar para trás.
Como estavamos a precisar de água e a única pessoa a quem poderíamos pedir era a uma senhora idosa local, pois bem, fomos até casa dessa senhora e pedimos. Um dos ciclistas percebeu que alguma coisa não estava bem e então, parou para ver a cena. Basicamente a senhora disse que não tinha água potável para nos dar. Eu desisti. Queria lá saber se a água era potável ou não, queria era beber. A Freirinha, lá ficou mais para trás, e.... a senhora, sem ter dito para esperar, foi a casa buscar uma garrafa de água fresca de 1.5lt. É bem certo, a água não se nega a ninguém. Enquanto a Irmã trazia a água, eu falava com o Tuga. Eram de Pombal. Muito simpático. Fez a subida conosco enquanto conversávamos. Estes Tugas de Pombal elogiaram-nos, pois "Vocês andam bem. Estão de Parabéns!" Pronto, Freira e Eu com a pica toda para continuar mas até Arcade (Redondela - Arcade, cerca de 8km), só para paragem para alomço
Para que servem as botas? |
Algures entre Mós e Redondela |
Perto de Arcade |
A garrafa que continha a água |
A saga continua....
Bom Caminho
NF
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