ENTRE TANTOS - Resistir, persistir e saber desistir
Tentando resistir. Numa dessas vezes, dei por mim a pensar no que significa resistir e acabei a questionar-me sobre as palavras insistir, resistir e persistir, todas tão semelhantes, todas tão comumente utilizadas como sinónimos mas ainda assim tão diferentes entre si. A verdade é que essa reflexão, que a nível etimológico pode ser de uma falta de rigor e de uma pobreza imensa, me ajudou bastante nesse processo de superação. E talvez esta partilha te possa ajudar também a ti - a ti que não estás sereno contigo e com a tua vida, tu que atravessas uma fase de luto por algo e/ou alguém que perdeste e que te era tudo.
Resistir faz-me pensar na vida como uma luta. Estão a ver uma árvore que tem de resistir ao poder implacável dos vendavais e das chuvadas, que tem de resistir à geada, à neve e ao fogo que queima? Que a vida passa e ela ali está, enfrentando tudo, em pé, tentando manter-se sempre firme? Por mais maltratada que possa estar, continua ali, com a seiva a correr-lhe nas veias e a revigorá-la. Pode já não ter os seus deliciosos frutos que nos deliciam, mas tem as suas folhas que embelezam o nosso Outono e que nos fazem sombra no Verão. Pode já não ter as suas folhas, mas têm os seus ramos que as crianças ainda gostam de trepar na sorte de um dia soalheiro de Inverno e onde os passarinhos, em plena primavera, confiam os seus ninhos e os seus rebentos. Contudo, como seres humanos, dotados de sonhos e amor, podemos esperar mais do que isso. Podemos almejar a algo mais do que resistir, podemos tentar não apenas mantermo-nos em pé perante as intempéries da vida mas ousar andar para a frente em busca dos nossos ideais.
Resistir faz-me pensar na vida como uma luta. Estão a ver uma árvore que tem de resistir ao poder implacável dos vendavais e das chuvadas, que tem de resistir à geada, à neve e ao fogo que queima? Que a vida passa e ela ali está, enfrentando tudo, em pé, tentando manter-se sempre firme? Por mais maltratada que possa estar, continua ali, com a seiva a correr-lhe nas veias e a revigorá-la. Pode já não ter os seus deliciosos frutos que nos deliciam, mas tem as suas folhas que embelezam o nosso Outono e que nos fazem sombra no Verão. Pode já não ter as suas folhas, mas têm os seus ramos que as crianças ainda gostam de trepar na sorte de um dia soalheiro de Inverno e onde os passarinhos, em plena primavera, confiam os seus ninhos e os seus rebentos. Contudo, como seres humanos, dotados de sonhos e amor, podemos esperar mais do que isso. Podemos almejar a algo mais do que resistir, podemos tentar não apenas mantermo-nos em pé perante as intempéries da vida mas ousar andar para a frente em busca dos nossos ideais.


“Difícil não é lutar por aquilo que se quer mas sim desistir daquilo que se ama. Eu desisti. Mas não pense que foi por não ter forças para lutar mas sim por não ter mais condições para sofrer”. (Bob Marley)
Dos maiores ensinamentos que recebi do meu pai foi nos meus 11/12 anos, estava eu apaixonada pelo Artur. Estávamos a caminho de casa, depois de um dia de escola, com a minha irmã, eu a contar os meus devaneios e a fazer declarações de menina apaixonada. Ouviu-me até ao fim e depois perguntou-me “O que é amar, Ana?”
“Muitas vezes é aceitar que a felicidade dessa pessoa pode não passar por nós”. Foi isto que o meu querido pai Fernando me disse aos 11/12 anos. Foi isto que, paixoneta atrás de paixoneta de secundário não correspondida, fui aprendendo. Foi isto que me fez perceber que persistir seja talvez o melhor mote para enfrentar a nossa vida.
PERSISTIR. É o insistir, não teimosamente, mas sabendo desistir; é o resistir em movimento, querer ir além dos vendavais e das chuvadas. É investir naquilo que é bom para nós porque não nos faz sentir em luta com a vida. É o cuidar das relações que nos fazem sentir cuidadas. É o fazer a nossa parte mas não querer assumir as partes todas. É querer aprender a descortinar o nosso lugar dia-a-dia. É querer aproveitar as pequenas felicidades da vida para encontrar a paz e a serenidade que precisamos. É aceitar largar a mão para poder encontrar a maior felicidade. E aí sim, vivê-la sem mais não! Sem pressas nem pressões, a seu tempo tudo será claro. Se persistires, poderás alcançar tudo o queres – o mundo é teu!
Ana Emanuel Nunes
Ana Emanuel Nunes
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