Barcos


Para quê querer inventar a roda, se já foi inventada? 
Por isso neste blog o espaço, geralmente, é do outro, do jovem, do adolescente, que participa na atividade e precisa contar a sua história, apesar dos receios... Do poema lindíssimo, como hoje, que descreve "estórias" e pensamentos como eu gostava de saber escrever... E de texto em texto... esperamos que este seja um espaço vosso e do "Outro"! 
Boa semana! 
Ah e boa leitura! Que barco és tu? 

Conheço barcos que ficam no porto 
com medo de que as correntes os arrastem violentamente.
Conheço barcos que enferrujam no porto 
para não arriscarem nunca uma vela ao largo.

Conheço barcos que se esquecem de zarpar.
Têm medo do mar por estarem a envelhecer.
E as vagas nunca os separaram
A sua viagem terminou antes de começar.

Conheço barcos tão amarrados
Que desaprenderam de se olhar.
Conheço barcos que ficam a marulhar 
para estarem realmente seguros de jamais se deixar.

Conheço barcos que vão, aos pares,
Afrontar o temporal quando o furacão está sobre eles.
Conheço barcos que se arranham um pouco.
Nas rotas oceânicas aonde os levam os seus manejos.

Conheço barcos que regressam ao porto,
Todos amassados, mas mais dignos e mais fortes.
Conheço barcos estranhamente iguais,
Quando partilharam anos e anos de sol.

Conheço barcos que transbordam de amor 
quando navegaram até ao seu último dia, 
sem nunca recolher suas asas de gigantes
 porque têm o coração à medida do oceano.

                     Autor desconhecido

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