1º Domingo de Quaresma: Tentações

Este texto do Evangelho de São Marcos (Mc 1,12-15), bem como as outras narrações similares são fantástico a elucidar a pedagogia divina! Tendemos na vida àquilo que o povo chama do "oito ao oitenta", isto é, temos dificuldade de admitir as diversas nuances da vida e isso nota-se no religioso, em diversas espirtualidades e até correntes teológicas ou enfatizamos a graça ou o pecado.

E muitas vezes ouvimos a explicação do episódio do Batismo/Tentações em que se acentua este "rebaixamento" de Cristo, que sendo Deus quis ser batizado por um homem. Ouvimos que é o “Filho de Deus” o muito amado, o Rei do céu e da terra! Na verdade à muitos anos, alguém me chamou a atenção para a ligação entre o batismo e as tentações e o seu significado. Em Mc 1,12 lemos “e logo o Espírito o impeliu para o deserto”. O deserto, a tentação vem só depois da declaração de amor de Deus, “Este é o meu filho muito amado,” e na missão de Jesus percebemos que Ele trocou connosco, ficou na cruz, para que nós fiquemos no coração de Deus! Só a consciência do amor ilimitado de Deus nos pode levar a fazer escolhas e porque somos livres e filhos muito amados aí o Espírito permite a tentação.

É o amor de Deus por nós a fonte inesgotável que nos leva a amar o irmão, sobretudo quando não reconhece, não agradece, ou até quando vamos contra a corrente. Nas palavras do Papa Francisco: “(…)O amor, vivido nas pegadas de Cristo, na atenção e compaixão por cada pessoa, é a mais alta expressão da nossa fé e da nossa esperança, é o maior acto de liberdade.” É esta fé, este amor que nos leva a enfrentar as tentações, não porque sou forte, ou porque tenho caráter ou sou persistente, mas porque sei que sou amada. Nas palavras de Teresa de Saldanha, “Se Deus está connosco, havemos de conseguir, e estas dificuldades não me assustam mesmo nada. Sinto-me cheia de coragem. Em tudo isto andou a mão de Deus, que se serve de humildes instrumentos, para os fins que tem em vista.”

Quais são as tentações mais frequentes? Adiar a Oração? A comida? Centrar-me em mim e nas minhas necessidades e ser agressiva? Não trabalhar/estudar?  Porque cedo a essas tentações?

Sou capaz neste tempo de Quaresma de todos os dias me dispôr para o encontro com Cristo? E de acreditar que ser amada me leva a recusar cada tentação? HOJE, cada dia, resisto a esta tentação? Aceitas o desafio?

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