Diz-me ao ouvido: Um Santo

 São Domingos: um santo inquieto

 

“São quem?”. Foi a minha reação quando ouvi pela primeira vez este nome. Não me lembrava de nenhuma referência anterior. Ouvi o nome numa conversa casual, onde me falavam da Ordem Dominicana ou Ordem dos Pregadores. Mais tarde com o convite para integrar o Voluntariado de Teresa de Saldanha, passou a ser um nome que soa constantemente ao ouvido.

Quando penso em São Domingos, penso em alguém que foi inquietado e que se tornou inquietante. São Domingos foi inquietado com o cenário das herezias, nalgumas zonas da Europa, onde, para além de alguma distorção dos conhecimentos bíblicos, o central do catolicismo, da mensagem de Cristo, tal como a dignidade da vida e do nosso corpo era desprezada, segundo a justificar o suícídio como o mais alto grau de perfeição (os “prefeitos”). Tal imagem, tornou o seu coração inquieto, com a convicção que deveria levar a evangelização àqueles povos. 

Transformou-se então, em alguém inquieto. Alguém que não desistiu de levar a palavra de Deus aos outros, mesmo que por vezes sozinho. Alguém que não queria ficar num lugar único, sentado numa cadeira. Ele queria mover-se, andar. Mas acima de tudo queria viver a Verdade, que é Cristo. Com o tempo, primeiro as monjas Dominicanas, depois os frades (Irmãos) a Ordem foi surgindo. Optou pelo conhecimento da palavra de Deus, de facto, orientou os seus discípulos para um estudo profundo da Bíblia, pois acreditava que o conhecimento adequado e acompanhado do exemplo (pobreza) tornaria uma pregação mais eficaz.

São Domingos inquietava os outros à sua volta, com a sua sabedoria e com a tenacidade em ser “peregrino de Deus” percorrendo povoações, onde fosse necessário a evangelização. Tal, poderá tê-lo predisposto à aparição de Nossa Senhora, que levou à revelação do Rosário.

Ao olhar para o seu percurso, é impossível não ficarmos inquietos. De não “calçarmos as sapatilhas e sairmos do sofá” (Papa Francisco). O mundo “cresceu” desde a morte de São Domingos. E encontra-se em constante mudança. Por isso, agora é nossa vez de sermos Peregrinos. De calçarmos as sapatilhas e atar bem os atacadores, porque a viagem é grande. De inquietarmos o mundo, tal como São Domingos nos inquieta a nós. 

Patrícia Santos 

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