Semear em tempos de Pandemia

 

Certamente já ouviram a parábola do semeador, nela somos confrontados com vários tipos de solo, a semente que cai em solo fértil refere-se às pessoas que ouvem e compreendem a mensagem, aquelas que crescem e produzem frutos. É ao ouvir esta parábola que nos temos de questionar, somos esse solo fértil ou somos as sementes que caíram no caminho, no solo pedregoso ou nos espinhos?

Para responder à pergunta precisamos de saber primeiro o que é isto de semear? E como podemos ser a semente que cai em solo fértil?

Algo que aprendi com o Dominismissio foi que semear em solo fértil pode ser algo tão simples quanto semear o bem, já a Madre Teresa de Saldanha dizia “fazer o bem sempre”, podemos semear sorrisos, abraços, um toque de ternura. Mas, e agora, agora que não podemos dar abraços, agora que a palavra do dia é distanciamento social, como é que é suposto semearmos na altura em que vivemos?

Podemos não estar próximos fisicamente daqueles que mais precisam, mas isso não é motivo para deixar de semear, às vezes uma simples chamada ou mensagem, se possível, já é o suficiente para semear um sorriso. É nestas alturas de crise que as pessoas precisam mais de nós, mesmo que fisicamente não nos possamos aproximar, há outras maneiras, outros projetos, especialmente na era em que vivemos, em que a tecnologia assumiu tremenda importância nas nossas vidas; o wi-fi, os telemóveis possibilitam-nos inúmeras coisas, orações pelo zoom, videochamadas com quem está mais sozinho, ou com quem já não falas à imenso tempo, atualmente podemos fazer doações, mesmo que pequenas, a instituições que precisam sem termos de sair do sofá.

E quando sais de casa, o que fazes? Quando vais fazer compras, podes ir àquele vizinho que vende batatas e ovos caseiros, àquele minimercado que está a precisar agora mais do que nunca de clientes. Apesar de tudo o que tem acontecido, já surgiram imensas iniciativas de solidariedade entre amigos e vizinhos, às vezes ir à farmácia ou ao supermercado, para que o nosso vizinho, paciente de risco esteja mais seguro. Além disso, inúmeros projetos de solidariedade têm surgido nesta altura, basta pesquisarmos e sabemos como ajudar.

Uma coisa é certa, quando semeamos nem sempre recolhemos logo os frutos, às vezes é necessário esperar antes de recolher os frutos, mas com o tempo irás recolher todos os frutos, por vezes algo tão simples como um obrigado, um sorriso.

Portanto se estás a ler isto, pensa no que podes fazer para semear hoje?

Inês Costa