Missão: Entrega


Durante o mês de Agosto a Ana Mercês foi partilhando a missão que fez, nestes tempos insólitos de pandemia, no Restelo, com as Irmãs idosas! Foi uma das dinamizadoras do último "Fazer Memória", (atividade que ocorreu quinzenalmente, neste período de Covid de Maio até setembro de 2020), este último foi a 27 de setembro. Ao dar o seu testemunho a Ana partilhou uma descoberta que mudou a sua vida! 

"A missão que fiz no mês de agosto no Restelo começou com a entrega de alguns símbolos que representavam a missão. Primeiro foi-me entregue uma pulseira com a frase “ Com Teresa de Saldanha Fazer o Bem Sempre” que simboliza uma missão dominicana e que devo tentar fazer o bem sempre e onde seja possível. Depois foi-me entregue uma dezena que representa a oração que é sempre um pilar importante da missão. Entregaram-me também os 4 Evangelhos que contêm a palavra de Deus para que eu possa ler, escutar e pô-la em prática. Por fim entregaram-me uma cruz que simboliza a entrega de Deus por toda a humanidade e a entrega que eu devia fazer na missão. 

Os dias tinham mais ou menos os mesmos horários, mas não haviam dois dias iguais. 

Depois do pequeno-almoço eu ia para a sala onde estavam as irmãs. Conversava com elas, fazia-lhes companhia e ajudava no que via que era necessário. 

No início não sabia bem o que esperavam de mim nesta missão, mas aos poucos fui conhecendo melhor cada uma das irmãs e entendendo melhor o que é que cada uma precisava. 

Ao fim da manhã havia a oração de laudes e a missa até à hora do almoço. Depois do almoço era a hora da sesta. Eu como não ia dormir aproveitava esses momentos para descansar e rezar. 

Seguia-se a hora do lanche e as irmãs voltavam para a sala. Estava novamente com elas e tal como da parte da manhã fazia o que fosse necessário. Ia buscar revistas para lerem, conversava com elas, ia buscar um leque se via que alguma estava com mais calor, ia ter com alguma irmã que parecia estar mais triste, cantava com elas ou ajudava quando via que alguma precisava de alguma coisa. 

Ao fim da tarde haviam a oração do terço e de vésperas. Depois do jantar ajudava uma das irmãs a deitar-se e ficava a conversar com ela o tempo que ela precisasse. 

Por volta das 20:30h já não tinha mais tarefas, mas ainda era cedo para ir dormir por isso aproveitava para ir à capela rezar. Às vezes quase não dizia nenhuma palavra, mas ficava ali a escutar no silêncio o que Deus tinha para me dizer. 

Há cerca de 2 anos comecei a fazer discernimento vocacional por me questionar o que é que Deus queria de mim. No Dominismissio do ano passado percebi que Deus me chamava a seguir a vida consagrada. Faltava-me ainda perceber em que congregação Deus me queria. 

Na missão deste ano, quando ia à capela à noite pedia a Deus que me ajudasse a perceber qual era a Sua vontade. Se era ou não esta a congregação que Ele tinha escolhido para mim. Deus foi-me dando sinais concretos e aos poucos percebi que era aqui que Ele me chamava a estar. Por isso pedi para entrar na congregação das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena. Este ano estarei ainda a acabar o curso de enfermagem e por isso farei um ano de Aspirantado (no qual serei acompanhada regularmente, embora ainda não esteja a viver na casa das irmãs). No próximo ano, se Deus quiser, entrarei no Postulantado. 

Agradeço a Deus por me ajudar a escutá-Lo e a fazer a Sua vontade e por ter colocado tantas pessoas na minha vida que me ajudaram e continuam a ajudar nesta caminhada."

Ana Mercês

Comentários

  1. Gostei muito do teu testemunho lembrou-me tempos antigos em que o meu discernimento era também difícil e as solicitações da sociedade também...Admiro-te muito de teres a coragem de avançar coragem e força...bjs Ir. Isabel - Comunidade de Paderne



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