Dominismissio

“O Caminho faz-se caminhando” foi esta a frase que ouvi desde o início desta aventura e a que me acompanhou durante esta semana de entrega e de missão. Confesso que no início senti medo, por não conhecer o grupo, pela timidez, pelas limitações físicas e não só. Um misto de emoções que me fazia querer ficar, mas também uma grande vontade de me pôr à prova. Foi assim que encarei esta peregrinação, com o objectivo de agradecer o Dom da vida.  Esta foi uma aventura a que chamo de missão, autoconhecimento, partilha e de confiança. Foi um caminho com uma grande carga psicológica, assim o entendi pois vi-me a pensar e a reflectir em coisas que me deixaram mais tranquila e até mais forte, mas também onde Deus nunca me abandonou. O grupo e o espírito de união levaram a que também me sentisse mais segura e mais confiante, pois estávamos unidos por e para Jesus Cristo. Agradeço também a cada um, pois todos me marcaram e foi esta heterogeneidade que nos tornou um grupo tão sere

Embarquei na aventura do Dominismisso pelo convite da Irmã Ana.   No dia em que fomos receber todas as pessoas à paragem eu estava muito envergonhada, pois verifiquei que aparentemente eram todos mais velhos que eu. Foi um choque, pensei logo que como era uma das mais novas em relação aos outros me ia sentir muito à parte. Mas começamos logo com apresentações e logo comecei a tentar decorar o nome de alguns deles. Com o passar dos dias, entrava naquela casa com um sorriso maior para ir ter com cada um deles, poder falar com todos e muito ansiosa para ver o que o dia me iria trazer. Cada um de nós tinha uma história de vida diferente, hábitos diferentes e até mesmo sotaques diferentes. Mas todos juntos conseguíamos ajudar-nos uns aos outros e cumprirmos com a nossa missão de ajudar o próximo. Mesmo não nos conhecendo bem, tínhamos uma missão em conjunto. No Dominismissio cresci e mudei nas atitudes do meu dia-a-dia, tentei viver um dia de cada vez e dar tudo por t

Fazer o Caminho de Santiago era um objetivo antigo que programava, no início de cada novo ano, mas que adiava sempre por dificuldades de “agenda”, “financeiras”, ou melhor e sem desculpas por medo, por puro comodismo. No entanto, em Fevereiro deste ano o Pai fez-me sair, mais uma vez, da minha zona de conforto e colocou no meu caminho o Padre José António Carneiro (JAC) e a Irmã Flávia Lourenço. Um soprou sobre as ” brasas meio apagadas” que transporto comigo desde menina e o outro atiçou-as. A chama reacendeu e de repente tornei-me peregrino (a).   Na mochila levei, para Santiago, medo, dúvidas, desilusões, mágoa e culpa por me lamentar muitas vezes. No coração o sorriso dos que amo, uma vontade enorme de perceber finalmente o que faço aqui e o que é que o Pai quer de mim e a esperança de conseguir encaixar algumas peças soltas, do puzzle que é a minha vida. No primeiro dia, antes de partir, pedi ao Pai que me surpreendesse, que me ajudasse a chegar ao fim, que me d

Testemunho DOMINISMISSIO Dia 5, Domingo (20 Agosto 2017) Hoje é o dia da comunidade. Hoje é o dia em que os membros do Corpo de Cristo que integram este Dominismissio se reúnem e estreitam laços, descansam, cansam-se, rezam, concentram-se, descontraem e, acima de tudo, restabelecem forças para enfrentar com amor os desafios que ainda lhes serão propostos. Capela no Quarto da Rainha Santa Isabel Este foi essencialmente um dia de encontro, encontro comigo própria, com os meus colegas de grupo, com a comunidade e com Deus, de uma forma serena e, simultaneamente, muito vivida. Até então, o Dominismissio tem sido uma experiência arrebatadora de fé, alegria e de uma esperança desigual. Como membro deste Corpo que é Jesus, tenho vindo a aprender a moldar a minha forma de viver para estar mais disponível para servir através do amor, este amor que nos é oferecido como dom, este amor que exige ser partilhado para poder crescer e frutificar no coração e nos rostos de cada criança

E foi através de um testemunho que tive conhecimento do Dominismissio, um dominismissio onde dar, partilhar, ajudar, estar, ser e viver são as palavras de ordem que nos aproximam de Deus.  E hoje (18 de agosto) foi o primeiro dia de um grande desafio, no qual o que nos move é a vontade de fazer mais e melhor, onde a improvisação, o afeto, a "palavra" são tudo aquilo que nos guia e nos faz acreditar mesmo quando o coração é entendido como um "coração de ferro"  por uma pessoa idosa, não só por ter feito mais do que uma cirurgia, mas principalmente por ter passado por muito, sentindo-se triste, cansada e sozinha... E, perante tudo isto, a palavra dúvida muitas vezes interfere no caminho, quando se tenta construir um diálogo ou transmitir numa simples ação que reanime de verdade estes corações! E assim, escolher o que é certo torna-se complicado. Mas o melhor de tudo isto é conseguirmos perceber que tudo vai surgindo e desenrolando no sentido correto, de

E pelo segundo ano, deixei o conforto da minha casa e parti à aventura! Este ano com menos receio que o ano passado pois já não ia tão às cegas mas mesmo assim bastante ansiosa pelo que este Dominismissio me vai oferecer. Até agora, tive a oportunidade de me reencontrar com pessoas já conhecidas e muitas mais são as caras novas que este ano se juntam a nós, a família está a crescer! Nas instituições por quais já passei, tive oportunidade de, não só dar um pouco de mim mas de receber muito. Comecei por ajudar nos restauros na casa das irmãs, um trabalho que não foi tanto em contacto com a comunidade e as pessoas mas mesmo assim vi a curiosidade delas de ir ver o que estávamos a fazer e com o sorriso na cara dar uns bons dias.   Na CERCI, não foi a minha primeira vez a trabalhar e contactar com a população com deficiência, mas mais uma vez fui surpreendida pela honestidade das pessoas, que dizem o que gostam e não gostam e não têm problemas em o partilhar, algo que muitos de nó

Diz um proverbio romano “Vá em frente e deixe as pessoas irem junto”. Parti neste caminho sem grandes expectativas, mas com muitas tribulações.   Um caminho que se revelou ser o da (re)descoberta e do (re)encontro.   O que custou mais? O que custa mais é sempre o primeiro passo! Aquele “SIM” “VOU”! Vou fazer-me à estrada com toda a angustias, com toda as incertezas, com a minha “BAGAGEM”.     Parti destemido do destino e de tudo o que poderia vir a ser! Deixei para trás a segurança e o conforto da terra conhecida. Fiz-me à estrada sem medo de me perder (por vezes precisamos de nos perder para nos reencontrarmos depois). Cada passo sentido, cada metro distanciado de tudo o que ia ficando para trás, a nitidez da visão trazia as respostas do que SOU e do que QUERO SER!   E nestas surpreendentes descobertas do que SOU… e do COMO SOU….   procurei incansavelmente, na imensidão do horizonte azul, a razão do “PORQUE SOU”.   Neste caminho perseverante, mas por vezes também des