Santiago de Compostela: Sair da zona de Conforto
Fazer o Caminho de Santiago era um objetivo antigo que programava, no início de cada novo ano, mas que adiava sempre por dificuldades de “agenda”, “financeiras”, ou melhor e sem desculpas por medo, por puro comodismo.
No caminho encontrei sorrisos, ajuda, partilha, força, união e perdão. Enquanto caminhava ri, chorei, olhei para dentro e aprendi a valorizar e a acreditar ainda mais na boa essência dos seres humanos.
Em Santiago deixei uma mochila vazia e voltei cheia de vida, cheia de CONFIANÇA. O caminho começa agora.
No entanto, em Fevereiro deste ano o Pai fez-me sair, mais uma vez, da minha zona de conforto e colocou no meu caminho o Padre José António Carneiro (JAC) e a Irmã Flávia Lourenço. Um soprou sobre as ” brasas meio apagadas” que transporto comigo desde menina e o outro atiçou-as. A chama reacendeu e de repente tornei-me peregrino (a).
Na mochila levei, para Santiago, medo, dúvidas, desilusões, mágoa e culpa por me lamentar muitas vezes. No coração o sorriso dos que amo, uma vontade enorme de perceber finalmente o que faço aqui e o que é que o Pai quer de mim e a esperança de conseguir encaixar algumas peças soltas, do puzzle que é a minha vida.
No primeiro dia, antes de partir, pedi ao Pai que me surpreendesse, que me ajudasse a chegar ao fim, que me desse a capacidade de me entregar, de aceitar, de compreender e ajudar o outro sempre que possível. E assim me fiz à estrada.
O caminho é muito diversificado. Possui retas enormes e subidas duras que nos obrigam a puxar pelos músculos e que nos fazem duvidar. Riachos límpidos, árvores e cascatas deslumbrantes que revigoram. Igrejas majestosas e capelas muito simples onde somos convidados a rezar. E muitos peregrinos que espontaneamente nos saúdam e desejam um “Bom Caminho”.
No caminho encontrei sorrisos, ajuda, partilha, força, união e perdão. Enquanto caminhava ri, chorei, olhei para dentro e aprendi a valorizar e a acreditar ainda mais na boa essência dos seres humanos.
Não posso terminar sem destacar a coragem da equipa organizadora que tinha tudo calculado e preparado: as refeições, as dormidas, o itinerário, as paragens para descanso. Tal como na vida, na peregrinação nem tudo correu como tinham previsto, contudo, com confiança, improvisaram e no fim tudo correu bem. Grata pelo exemplo, pela aprendizagem.
Em Santiago deixei uma mochila vazia e voltei cheia de vida, cheia de CONFIANÇA. O caminho começa agora.
OBRIGADA A TODOS!!!
“ Aqueles que esperam no senhor
renovam as suas forças.
Voam alto como águias;
Correm e não ficam exaustos,
andam e não se cansam.” Isaías 40:31 - CONFIA!
Carla Santos
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