Santiago: Um pequeno Passo na minha Vida, um grande Salto para a minha Caminhada na Fé!!!

Mais um Verão, mais uma aventura…!

… e todas elas têm sido especiais à sua maneira, mas esta teve um sabor diferente. O facto de ter superado em muito as minhas expectativas e medos, fez desta aventura uma experiência inesquecível. O facto do Caminho e das orações me terem dado a oportunidade de encontrar, finalmente, o significado que o Espírito Santo tem para mim, fez desta aventura uma experiência inexplicável. E ainda, o facto de ter conhecido um grupo de pessoas, todas com caraterísticas e feitios diferentes, mas cada uma feita à imagem de Deus, fez desta aventura uma experiência incrível.


“Porquê o Caminho de Santiago?”  Foi das primeiras perguntas que me fizeram na atribulada viagem de comboio rumo a Vigo. Respondi que antes de começar a minha vida profissional gostaria de, em cada Verão, dar mais um, dois ou três passos na minha Caminhada na Fé (como lhe gosto de chamar).

E como esta minha Caminhada já tem alguns passos, queria acrescentar os muitos milhares de passos que se dá rumo a Santiago de Compostela. Ao contrário do que muita gente pensa, o grande objetivo não é chegar a Santiago, mas sim fazer CAMINHO e ficar a conhecer as nossas fragilidades, os nossos receios e as nossas dúvidas, mas também a garra, a força e a vontade de vencer que temos dentro de nós. E foi com este objetivo que rumei a Santiago: “O que quero eu para mim? E, o que será que Deus quer para mim?”



O verdadeiro Caminho começou! Na maioria dos dias o caminho foi “fácil”, ou melhor, digamos que senti a presença d’Ele a 100%. Porém, nos últimos 8 Km do 2º dia, devido às dores que começava a sentir, questionei-me se haveria Alguém a meu lado. A dúvida permaneceu...
Chegou o 3º dia, em que nos fizeram a pergunta de quem era para nós o Espírito Santo. Nunca tinha pensado verdadeiramente nesta questão, porém a primeira coisa em que pensei foi no meu Crisma. Se após 12 anos de catequese, o dom do Espírito Santo fortalecido no Crisma me deu força para abrir uma nova janela, e continuar a minha Caminhada na Fé de uma forma mais independente, então porque não me haveria de dar força para fazer O Caminho!?
Chegou o 4º dia, e com ele, o tão temido silêncio. Como seria eu capaz de fazer silêncio, se até ali O Caminho tinha sido feito a cantar, a dançar, a rezar, a partilhar e a falar?! Como seria eu capaz de ter um amigo novo mesmo ali ao meu lado e não poder tocar-lhe com a minha voz?! … e eis que apareceu de novo o Espírito Santo, este Alguém que não Se vê, que não Se sente, e que não Se ouve. Foi através Dele, que naquele dia de silêncio e de introspeção vi, em cada pessoa que caminhava ao meu lado e que passava por mim, um “Pedacinho de Deus”, e que encontrei a resposta à dúvida que permanecia há dois dias.

Chegámos a Santiago, e o grupo que na missa do Envio era tímido e acanhado, gritava com toda a força e fé em Deus “Santiago é nosso até morrer” rumo à Catedral, sem esquecer que “Sou (eramos) Peregrino”. As dores, as bolhas e todas as outras coisas negativas que o grupo carregava, tinham simplesmente desaparecido. Até me atrevo a dizer em tom de brincadeira que foi: “Por alma e graça do Espírito Santo!”


Chegámos! E chegámos todos juntos, em grupo, como um só. Um grupo de pessoas incríveis, fortes, capazes e bonitas aos olhos do nosso amigo JC. Um grupo que tenho orgulho em dizer que fiz CAMINHO com ele ao meu lado. Um grupo que estou grata de ter conhecido. Obrigada! E como por trás desta maravilhosa experiência, e deste grande grupo está uma equipa de organização excelente, um obrigada do fundo do coração.

A minha Caminhada na Fé vai continuar, com o desejo de voltar a fazer O Caminho, e passar por tantas pessoas com uma fé igual ou superiora à minha e dizer-lhes “Buen Camino!”.
Eu calcei de novo as sapatilhas. E tu? 


 
                                                                    Sara Costa                            























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