Sábado Santo: O silêncio e a esperança
Nem sei se a maioria de nós sabe o que é o silêncio...
O vazio, o nada, a ausência de sons... Alguns procuram-no na meditação, mas entoam mantras para atenuar o ruído exterior... O silêncio... acho que nestes anos de vida o encontrei umas 3 vezes e me assustou...
De uma antiga homilia de Sábado Santo (Ofício de leituras)
Um grande silêncio reina hoje sobre a terra; um
grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei
dorme; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque Deus adormeceu
segundo a carne e despertou os que dormiam há séculos. Deus morreu segundo a
carne e acordou a região dos mortos.
Vai à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha
perdida. Quer visitar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte. Vai
libertar Adão do cativeiro da morte, Ele que é ao mesmo tempo seu Deus e seu
Filho. (...) Eu sou o teu Deus que por ti Me fiz teu filho, por ti e
por estes que nasceram de ti; agora digo e com todo o meu poder ordeno àqueles
que estão na prisão:
‘Saí’; e aos que jazem nas
trevas: ‘Vinde para a luz’; e aos que dormem: ‘Despertai’.
«Eu te ordeno: Desperta, tu que dormes, porque Eu não
te criei para que permaneças cativo no reino dos mortos. Levanta-te de entre os
mortos; Eu sou a vida dos mortos.
Levanta-te, obra das minhas mãos; levanta-te, minha imagem e
semelhança. Levanta-te, saiamos daqui; tu em Mim e Eu em ti, somos um só.”
In (In
sancto et magno Sábbato, Sec. IV); II Leitura do Ofício de Leituras
Com a confiança e a esperança neste Deus trinitário que não nos abandona, enfrentemos os nossos silêncios:
«Meu Deus, aqui me tens aflito e retirado
Como quem deixa à porta o saco para o pão.
Enche-o do que quiseres. Estou firme e preparado.
O que for, assim seja, à tua mão
Tua vontade se faça, a minha não»
Vitorino Nemésio
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