Oh meu rico Santo António

Festa de Santo António; em Reguengos, 13 junho de 2019

Cresci numa paróquia em que o padroeiro é Santo António. Em menina significava sair à noite, ir à festa e desfilar num vestido novo, mesmo que com panos reciclados, na costureira e não na loja, que a carteira era pequena. Mas para mim era um vestido novo, em que escolhia o pano, pedia uma saia com roda e era tudo o necessário para a minha alegria. Geralmente acrescentava-se uma volta no carrochel e houve um ano que fui a um concerto, da "Maria Armanda", uma menina da minha idade, cujo hit musical foi "Eu vi um sapo", confesso que é a única musica de que me lembro. Foi o meu primeiro concerto, entrei sozinha, senti-me tão importante, a minha mãe ficou o tempo todo do lado de lá das grades, porque o bilhete era caro... 

Aprendi assim com o Santo António que o amor nos leva a ficar atráz, que nos leva a realizar sonhos de quem amamos e a sentir uma imensa felicidade por observar isso... Mais tarde o Santo António quis-me ensinar outras coisas, que carregar uma imagem numa procissão, não é para mim, que as minhas forças não eram as físicas, mas ensinou-me que tinha outros talentos que devia pôr a render...

Depois as festas colocaram-me no lado de lá, a tomar conta de barracas de exposições, dentro daqueles pogramas juvenis, de ocupação do tempo livre, em recebíamos uma recompensa monetária, pequena claro, mas foi a primeira vez, que alguma atividade por mim realizada  se assemelhou a trabalho. Contudo no tempo livre, ia para a barraca das rifas da paróquia ou do grupo de jovens, em regime de voluntariado. E aprendi que em vez de ver concertos ou marchas, as Festas de Santo António podem ser serviço. O mesmo serviço do evangelho, do próximo que o Santo Fransciscano viveu.

Outra lição aprendi com Santo António pelos 20 anos, quando todos estavam lá na terra, na missa, eu estava a fazer uma frequência, penso que de "História e Cultura Portuguesa". Aqui aprendi que como Santo António também é de Pádua, a vida implica escolhas e por vezes o nosso coração dilata-se ao tamanho do mundo! 

Obrigada Santo António, Rogai por nós! 

Ir. Flávia Lourenço, op

É muito bom ver esta imagem das minhas Irmãs an Albania e perceber que o Santo António é património da Igreja e do mundo, mas nasceu em Lisboa e o é o padroeiro de Reguengos de Monsaraz