Ultimo episódio: Cá também é missão!

     AQUI TAMBÉM É TERRA DE MISSÃO. 

Jesus disse aos seus Discípulos: Ide por todo o mundo, vivei e anunciai a Boa Nova, todos sabemos. Viver e anunciar com a vida, gestos, com a escuta, a palavra e a oração. Disse o Papa Francisco: “ A Igreja é Missão “ e o campo é o mundo onde quer que estejamos. Começa em nossa casa, na nossa rua, nosso bairro, etc.

“Quem não é cá não é lá", diz um ditado popular. Pois bem, quando regressei de Moçambique em 2004 fui enviada para os Açores, Nordeste, onde estive 2 anos. As Dominicanas estavam lá numa Obra de raparigas.

Entretanto a Obra foi entregue á Seg. Social e as Irmãs vieram para outras paragens. Por um lado, o facto de mudar com frequência, tipo pneu de socorro, tem as suas vantagens. Uma delas é seguir o conselho de Jesus: “Não levem muita bagagem para não se atrapalharem nem se apegarem”. Estas circunstâncias libertaram-me, a mim própria e de muitas coisas que não fazem falta para ser feliz e por vezes até impedem de ajudar melhor os outros, como o Senhor quer.

Depois de mais umas curvas fui enviada para o Alentejo, Arquidiocese de Évora, uma comunidade para onde as Irmãs vieram em 1935. É uma Instituição com senhoras idosas, em Estremoz e tem creche, pré-escolar e, tivemos também uns anos o 1º ciclo, mas este em 2015 encerrou.  Fui enviada para trabalhar na pastoral. O caminho não estava assim tão aberto, mas o Espirito Santo lá me foi orientando e afinal tinha onde me empenhar com todas as minhas forças apostólicas. Tinha Catequese e aulas de EMR aos alunos, cerca de 40, na própria Instituição. Como tínhamos pré – escolar peguei também nas crianças dos 4 e 5 anos a quem dava “Despertar da fé”. Com o encerramento do 1º ciclo, peguei também nas crianças dos 3 anos. Depois o Prior pediu para dar aulinhas também no pré-escolar da paroquia. Conclusão: a partir de 2015 só dou despertar da Fé aos pequeninos dos 3 aos 6 anos.

Foi toda uma nova aprendizagem, de novos métodos, trabalhar com estas idades, uma vez que sempre tinha trabalhado, em Pastoral, com crianças depois dos 8-9 anos, com adolescentes, jovens e adultos. Mas tem sido maravilhoso. Eles gostam, aprendem a conhecer Jesus e a falar com Ele. E muitos, conforme o apoio dos pais, continuam depois na catequese paroquial. Atualmente, dou catequese a 70 criança do pré-escolar, é a maior ocupação do meu tempo. Depois de constatar o quanto esta idade é recetiva ao mundo da fé, e espiritual, lamento muito a opinião das pessoas cristãs que menosprezam tanto, tal idade. Elas, muitas vezes, dão respostas mais profundas que muitos adultos e que a mim própria me interpelam.


Deste trabalho foi dinamizada a festa de 2 de fevereiro desde há 7 anos e com boa participação. Desde há 3 anos no mês de Maio o grupo dos 5 anos já vai, um dia, rezar o terço no Mês de maio à igreja com a Comunidade.

O testemunho de muitos pais e mães destes pequeninos é muito positivo.

 MISSÕES POPULARES. 

  

 Logo no 1º ano que aqui cheguei, também entrou o novo Bispo D. José Francisco Sanches. No ano seguinte á sua chegada, pensando ele fazer visita Pastoral a toda a Arquidiocese, fez um apelo às Religiosas da Arquidiocese para colaborarem nas visitas pastorais. Assim logo me ofereci. Depois de tudo organizado eu e outra Irmã da nossa Congregação todos os anos, fomos durante uma semana nessa atividade missionária, assim como outras religiosas, porta à porta; anunciar a visita, também da Imagem de Nª Senhora vinda expressamente do Santuário de Fátima, fazendo em cada Paróquia Celebração Mariana e Procissão de velas com a Imagem de Nossa Senhora.

                          PEREGRINAÇÃO

Quem vai a um Santuário, da Virgem Imaculada,

Sente um oásis num deserto, uma bênção derramada.

Em cada peregrinação, há um sonho que se realiza,

Uma meta que se alcança, uma graça que Maria prodigaliza.

Depois do voto cumprido e celebrar a reconciliação,

Volta-se com a alma em festa, de cada Peregrinação.

Vale a pena no tempo da vida, com a Virgem peregrinar,

Feliz quem A ama sem medida, e com ela se deixa acompanhar.

 Nestas missões populares, Íamos visitar as pessoas em suas casas, os lares de idosos, taberna, os vários Serviços públicos, rezar o terço com o povo, estar com as crianças da catequese e com catequistas e ir às escolas, fazer celebração penitencial também com colaboração de um padre missionário, que também vinha ajudar.

O Sr. Arcebispo vinha visitar doentes nas suas casas, e Lares, as Instituições, os alunos das escolas etc. Essas semanas eram mesmo uma semana de missão, de preparação intensa. No final havia o Crisma dos que se estavam preparando para ele.

Num dos lares que fomos rezar o terço aconteceu uma coisa engraçada; um dos homens disse: eu não quero rezar. O tal Homem sofria das pernas. Tudo bem, respondi. Ninguém é obrigado. Fomos para a sala começamos a reza do terço daí a pouco, com espanto vejo o homem. Olho para ele e ele para mim com olhar esbugalhado dizendo “ parece que já estou curado”. Engoli em seco. Não sei mesmo o que se passou.

E assim durante 10 anos foi dada a volta a toda a Arquidiocese.

Essas missões eram uma oportunidade de Deus e Nossa Senhora derramar uma chuva de bênçãos no Seu povo, nesta terra de Santa Maria em que temos o Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, consagrada pelos nossos Reis e coroada nossa Rainha.

E assim por cá vou continuando a minha peregrinação / missão, até que o Bom Deus me queira em outras paragens!

Uma coisa gostaria de deixar gravada na mente dos leitores desta história verídica. Há muitos caminhos para se ser feliz, mas o mais fácil e importante para cada um de nós é perguntar a Jesus onde Ele nos quer. Acho que aí é que nos dispomos a receber as graças que Ele nos destina; e aí, um dia, a recompensa será mesmo aquela que nos prometeu.

E assim vou aguardando em jubilosa alegria e com muita gratidão,

a vinda do meu Senhor a quem entreguei toda a minha vida e me tem feito muito feliz !!!

 

         A VIDA É UM LIVRO ABERTO

A vida é um livro aberto, cheia de harmoniosos sons.

Cujas notas musicais, são os mais variados dons.

Há livros com páginas de bela e sagrada história

Vividas no tempo, registadas na memória.

Outros são livros abertos, com surpresas, som e cor,

Cheios de raios de luz, escritos com muito amor.

Alguns livros tem páginas brancas, que ninguém consegue ler,

Livros que foram fechados, antes de a vida nascer.

Há livros de páginas doiradas, que sol divino fazem brilhar,

Mas com falésias secretas, onde só Deus pode entrar.

Existem livros de púrpura, escritos com rubra cor,

Com carateres indeléveis, de martírio e de louvor.

Livros que estão selados, com segredos escondidos,

Cheios de momentos Divinos, nunca mais esquecidos!

No livro de muitas vidas, muitas páginas folheei,

Mais de bondade e beleza, do que fealdade encontrei.

Ó livro da minha vida, ó meu romance de amor,

O Personagem Supremo, és Tu, ó meu SENHOR!

                                                                   Ir. Rosália Lincho


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