Corpo de Cristo

                   “Vinde comer do meu pão,

                       Vinde beber do meu vinho, 

                       Vinde, vinde tudo está preparado"

Posso contar-vos uma história? Era bem pequena, talvez com uns 3 anos, ía com a minha mãe à missa e levava a Lili, um peluche cor-de-rosa, a quem toda a gente chamava ursinho, mas que pela tromba via-se bem que era um elefante. Ou melhor creio que aos 3 anos os bonecos deixaram de ir à missa, por isso devia ser mais pequena... Tenho uma vaga ideia de estar sentada no genuflexório e da minha mãe me alertar... Em absoluto silêncio a minha mãe ajoelhou-se concentrada no altar... Eu sabia que era "o momento"... Era para "esse momento" que estavamos na missa... Então estiquei-me toda... Eu queria ver... Procurei subir no banco, não consegui, mas eu só queria ver... Vi o peluche no genuflaxório, aceitei a ajuda da Lili e, subi em cima do boneco... 
No regresso a casa ansiava por ficar sozinha com a minha mãe, assim, que as boas senhoras da paróquia se afastaram... Eu disse-lhe:
- Mãe, eu vi! 
- O que viste? - questionou a minha mãe. 
- Oh mãe eu não vi, mas hoje eu sei que Jesus se vem esconder no pão. 
E quando aos 8 anos recebi, pela primeira vez, aquele bocadinho de pão, a alegria de ter o Senhor do Mundo e do Universo em mim, a alimentar-me e a dar-me força, traduziu-se em lágrimas de felicidade! É a este Senhor, que se faz tão pequeno, o que denota a sua grandeza, que quero a cada dia entregar a minha vida! 
Ir. Flávia Lourenço, op 
DEUS, ENSINA

 Deus, ensina nossos olhos a ver

O coração a escutar

Ensina ao nosso corpo

o seu caminho incerto e frágil

e a humanidade a fazer chegar

da condição humana

 

que viver seja habitar esse lugar

incerto e frágil da abertura,

das relações que alteram,

das manifestações mais altas do humano,

não da violência cega e do dinheiro que faz escravos

empresta ao nosso corpo

o corpo do teu Cristo ressuscitado

que nos congrega

para as fainas do teu Reino e da Terra Prometida,

Deus que ressuscitaste Jesus dos mortos,

por quem vem o Espírito que dá a vida

e como um nó nos une

no cântico da vida diferida e na esperança.

                                           Fr. José Augusto Mourão, O.P
   

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