3º Domingo de Advento: Sapatilhas

Calço as sapatilhas  e saio, o orvalho da manhã toca-me na cara, apesar do capuz, parece que está tudo mais escuro, que está menos gente a correr… Mas arrumo esses pensamentos e centro-me no som que me entra diretamente nos ouvidos! Passado uma hora estou a abrir a porta, quando vejo o vizinho do 2º direito a sair… Cumprimenta-me, retribuo, mas estranho… Costuma sair para o trabalho às 7:30 quando saio para correr… Verifiquei as horas, entrei e corri para o duche quente, que o frio começava-se a fazer sentir… Estava a acabar de me arranjar quando ouvi de novo as crianças, dos vizinhos, estranhei, peguei no smarthfone e entrei nas redes… Ah então hoje é domingo! Ri-me comigo e de mim própria… Tinha todo o dia… Todo não… Mas tinha tempo…

Estava a voltar do café, quando volto a encontrar os vizinhos! Vão passear? Com este tempo? Não, vamos à missa! Fiquei atónita! Missa? Mas ainda havia pessoas que vão frequentemente à Igreja? Uma família com 3 filhos? Como arranjam tempo?

Durante a tarde, após ver vários episódios da minha série preferida, vi um papelinho debaixo da porta: “Eu sou a voz que clama no deserto, preparai os caminhos do Senhor.” Peguei e virei nas mãos! João Batista, aquele homem rude e austero, que pregava um batismo de penitência! Mas que tem tantos à sua volta e mantém a humildade para dizer: “Eu não sou o Messias, (…) nem sou digno de lhe desatar as sandálias. Ah era o 3º domingo do Advento, segundo o papelucho! E me revi criança a ir às missas pela mão de minha mãe! E me vi feliz, em levar para casa aquela tarefa que me ajudaria a preparar o coração para o Natal…

“Ele é a voz que clama no deserto!” ou “Veio dar testemuno da Luz!” e se a Luz é Jesus que nasce… Tenho tantas velas, mas falta-me a comunidade… Tento tantos efeites, mas falta-me acolher Jesus! E olho o relógio: já passou o horário de visita ao lar da avó. E já é tarde para visitar os tios…

Olho para as figurinhas do presépio, este ano sem musgo, sem cenário… Simplesmente alinhadas no aparador… E vejo uma figura feminina com uma galinha, um pastor com um cordeiro, outro, com algo que me parece leite… E a lembrança leva-me à infância, quando descobri que todos tinham presentes para Jesus menos eu… Nessa altura o meu avó passou as mãos no meu rosto e incentivou-me a pôr “as mãos na massa”, nos dias seguintes, desenhei cartões para quem estava longe, fiz bolos e porta chaves para os familiares e com o € do mealheiro comprei com o avô um cabaz apra uma família pobre… Isso ficou a ecoar no meu cérebro! Já sabia o que teria de fazer nos próximos dias!!!

DESAFIO: Escreve, um postal, um email, um sms, um post em que dês testemunho da Luz, a um amigo que esteja afastado da Igreja.


Equipa pjvIDSCS

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