3º Domingo: Revolta

3º Domingo de Quaresma

EVANGELHO Jo 2, 13-25

«Destruí este templo e em três dias o levantarei»

É o terceiro Domingo, geralmente rezo, medito, leio algumas coisas e escrevo outras coisas, procurando tocar a realidade do meu quotidiano e de tanta gente, deixo as questões teológicas para quem tem o direito e sabedoria de as abordar! 

Desta vez, os muitos afazeres da semana levaram-me a adiar o texto e acrescentou-se ontém uma reunião de equipa, e imitando um costume da Ordem Dominicana, sobretudo no ramo dos frades (masculino), decidi rezar o texto em equipa, e eramos mais de dois ou três em nome de Cristo, logo o Espírito Santo leva-nos sempre mais longe! É dessa partilha que surgiram várias ideias e palavras!  

A primeira é o zelo pela "Casa do Meu Pai" fórmula provocante para os judeus, como se não chegasse chamar casa ao Templo, ainda chama Deus de Pai. Segundo o D. António Couto "filialidade, fraternidade: marcas acentuadas por JESUS que, em vez de Templo de pedra (hierón), diz CASA (oíkos) – com particular afeto, CASA DO MEU PAI –, sendo a CASA paterna o lugar do ENCONTRO e da intimidade, e não das coisas, da superficialidade, da banalidade, do consumismo, do mercado. Nos paralelos de Mateus, Marcos e Lucas, citando Isaías 56,7, JESUS fala do Templo usando a expressão forte «A MINHA CASA» (ho oîkós mou) (Mateus 21,13; Marcos 11,17; Lucas 19,46)."[1]

Transposto para nós, para os dias de hoje o zelo pelo encontro com Deus, pela Oração! Mas também zele pelos que me estão próximos, em tempo de confinamento como "zelo/ cuido" da família, de mim? Como acolho o dom de Deus? Que acumulamos que nos impede este encontro? Valorizo o ter as moedas os animais que para nós serão um bom carro, poder viajar, boas roupas e comida?

"Ele bem sabia o que há no homem". Ele bem conhece as nossas fragilidades, conhece-nos melhor que nós próprios... E nos ama e nos guia, se nós deixarmos! Retirar o que nos afasta de Deus! Nestes tempos de pandemia todos sentimos um certo isolamento, que saibamos quebrar o isolamento, mas também sentir a proximidade de Deus! Em tudo Deus é, Deus está

A atitude de Jesus de chicote em punho! A palavra é raiva, esse sentimento tão humano tão comum, que constituí a personalidade de tanta gente e que muitas vezes, é quase tabú, queremos ignorar... Na Encarnação Jesus assume em tudo a nossa natureza, menos no pecado! E nós temos tantas dificuldades em aceitarmos as nossas fragilidades e claro as do outro! Asumir a raiva é geri-la e não nos deixarmos ir ao sabor da corrente, com a desculpa, "sou assim", ou digo o "que penso"! E um aspeto em que nunca tinha pensado, Jesus canaliza a agressividade para o pecado, nunca para as pessoas! 

Oh Jesus vieste e vens a mim! E estás aqui.... E esperas... Que eu arranje tempo para ti/ para mim/ para nós! Vieste aqui e com a tua docura recusas o superficial, o comodismo, a agressividade a revolta, o pecado que há em mim! Mas aceitas TU amas-me na totalidade da minha humanidade!!! 

E... Fico sem palavras Senhor...

Equipa da PjvIDSCS

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