Um tempo de descoberta

A Páscoa para mim é um tempo de descoberta. É a altura para fortalecermos o nosso sentido da vida e ajudarmos o "outro" a fazer o mesmo. Mais do que abdicarmos da carne, devemos abdicar do ódio, do rancor e semear o amor num tempo que visa a renovação da vida, simbolizada pela Ressurreição.
Este caminho é longo e exige trabalho, mas não deve ser feito sozinho. Deverá ser realizado em "peregrinação" com entreajuda. 
Mas como é que conseguimos vivenciar esta época com o grande problema atual? Estamos todos mais distantes, missas já não são realizadas e parece que o mundo se está a desmoronar. Na verdade, esta pandemia está a afastar a nossa insignificância, arrogância e toda a nossa ambição. Este tempo de solidão com nós mesmos está a contribuir para refletirmos sobre o "eu" e o "mundo". Afinal de que vale conquistar o mundo se no fundo continuamos sós? De que vale acharmos vida fora da Terra se falharmos em achar a vida em nós? O rico que via o funcionário com desprezo agora vê o quanto depende do pobre. Assim questiona-se todas as injustiças socias, porque no fundo somos todos iguais... O medo da morte trouxe-nos igualdade. A nossa pátria é o ser humano e a nossa nação é o mundo inteiro. Judeus, cristãos e muçulmanos uniram-se numa só crença, porque o pior dos males é a indiferença e a pior doença é a falta de compaixão. 
Tal como diz o Papa Francisco, "não tenho ouro nem prata, mas trago comigo o mais valioso: Jesus Cristo". Nesta altura ficamos mais ricos e ganhamos uma nova luz, o brilho em fazer o bem. Não nascemos todos para ser grandes estrelas, mas nascemos todos para brilhar, por isso, podemos mostrá-lo em "Fazer o bem sempre", como ensinou Madre Teresa de Saldanha. Não há tempo melhor do que este para embarcar nesta missão, neste grande objetivo de ser um bom cristão.

Beatriz Pires (Externato de São José)

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