MATRIMÓNIO, SACRAMENTO DO AMOR
Olá, somos Marlene Torres e Pedro Silva. Somos namorados há quase 9 anos e aqui fica o nosso
testemunho tendo por base o tema do Matrimónio.
Pedro: Conhecemo-nos em Coimbra, quando ainda eramos estudantes, no ano de 2010, começamos a
namorar em 2011 altura em que ambos nos convencemos de que Deus tinha projetado um plano de vida
que passava por cruzar o caminho dos dois. Neste contexto, Deus foi sempre assunto presente na nossa
relação e desde o início fez parte da nossa viagem a dois.
Tivemos ambos uma infância e juventude vivida em contextos muito diferentes, mas cada um com uma
vivência específica da fé. A Marlene na Trofa, frequentou a catequese e envolveu-se na vida da paróquia.
Em casa todas as noites era prática comum rezar-se em família, se não fosse um terço, pelo menos um
mistério para a agradecer a Deus por cada dia. Aliava-se a isso o gosto que ela tinha por todas as noites
ao deitar ler a bíblia. Eu, em Amarante, também estive ligado a várias atividades na minha paróquia
(catequese, acólitos).
Ainda antes de nos conhecermos que sabíamos que a fé representa muito mais do que a prática religiosa,
embora esta prática (oração em família, participação na missa dominical) seja um sinal concreto da
vivência da fé. Importantes desde o início da nossa relação foram as consequências da nossa fé. Se
acreditamos que Deus existe e está presente em cada ser humano, então temos de agir em conformidade
com essa convicção.
E nas obras, na nossa coerência de vida, nas nossas atitudes é que a nossa fé cresce e amadurece.
Temos, no entanto, vivências e exigências diferentes. Pessoalmente, gosto de guiar a minha vida pela
Palavra de Deus, mas é também importante para mim ter gente com quem possa partilhar a minha fé,
procurando crescer espiritualmente.
Para a Marlene, é muito importante que as suas ações sejam coerentes com os valores da fé e que sejamos
consequentes com aquilo com que nos comprometemos.
Porque ambos temos fé em Deus, sempre procuramos celebrá-la juntos. Era para nós natural, desde o
início do namoro, participarmos na eucaristia e rezarmos juntos.
Marlene: Fomos sentindo, com o passar do tempo e o amadurecimento da nossa relação, que o nosso
caminho de felicidade que já havia sido projetado no início da nossa relação, passava por uma vida em
conjunto, que tínhamos em nós a vocação ao matrimónio e que casar era a resposta a esse chamamento
de Deus.
Desta forma, encaramos o casamento não só como um caminho de felicidade, mas também como o nosso
caminho de santidade. Acreditamos que ao casarmos, estamos a responder ao desafio que Deus desde
sempre nos colocou no coração. Estamos a cumprir com o seu desígnio de amor por nós e a dar resposta
à vocação a que Deus nos chamou.
Casarmo-nos é para nós a expressão máxima da doação da nossa vida a Deus, tal como o padre quando é
ordenado ou o consagrado quando faz os seus votos. Implica uma entrega total da nossa vida a Deus na
pessoa do marido/esposa.
Entendemos que o pacto matrimonial se baseia no amor recíproco: amo-te para te fazer feliz, não para
me fazer feliz. E o mais fantástico é que, ao fazer o outro feliz, alcanço a minha própria felicidade. A minha
Pedro: Ao longo do nosso namoro, a vivência da fé nas obras e nos gestos e a prática religiosa são aspetos
que têm estado presentes e são caminho de crescimento e aprofundamento da nossa relação.
Para além dos momentos de oração individual que podemos ter ao longo do dia, há alguns movimentos a
que estamos ligados e que são muito importantes para nós que nos ajudaram e ajudam a crescer
espiritualmente enquanto casal.
Estamos ligados ao Grupo de Jovens da Paróquia da Marlene, pertencemos ao Movimento Nacional de
Convivas Fraternos, colaboramos com o Grupo de Vicentinos da paróquia de Santiago de Bougado.
Mas foi essencialmente no voluntariado que, já enquanto namorados, descobrimos a forma mais plena
de encontro com o Outro, com Deus e com nós próprios. De facto, foi-nos dado a conhecer o projeto do
Dominismissio, da Comunidade das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena o qual participamos em
2018 em Pedrógão Grande e o projecto de “férias para Pais com filhos portadores de deficiência”
promovido pelo Santuário de Fátima em cooperação com a comunidade dos Silenciosos Operários da Cruz
que nos tem de forma tão positiva ocupado as férias dos últimos 4 anos.
Nestes movimentos lembramos os doentes, os frágeis, as vocações… É uma forma de sairmos de nós e
pensarmos nos outros.
Marlene: Um outro aspeto relativo à nossa vivência da fé, é o modo como estamos a preparar o nosso
matrimónio. Em primeiro lugar preparamos o nosso coração. Felizmente que Eu e o Pedro nos
encontramos a trabalhar o que nos permite ter as condições económicas para uma vida juntos. Apesar de
termos sido surpreendidos em plena fase de preparativos pela atual Pandemia intuímos que esta continua
a ser a altura certa e o ano escolhido por Deus para este passo tão importante das nossas vidas. Não
escolhemos um local específico, uma data específica, apenas queremos começar a nossa aventura como
família, pois para nós, o passo mais importante já foi dado quando nos tornamos noivos e assumimos um
perante o outro a nossa vocação ao matrimónio.
Falamos primeiro com o nosso pároco, Pe. Bruno Ferreira (verdadeiro pai e amigo de todas as datas) e
depois com os nossos pais, partilhamos a alegria de querermos dar este passo e marcamos a data: 26 de
Setembro de 2020.
A partir daqui, tratamos de todos os aspetos relativos à preparação do início da nossa vida conjunta.
Fizemos o CPM na Trofa. Mobilamos e equipamos a parte de cima da Casa dos meus pais, onde
pretendemos morar depois de casar, embora tenhamos como nosso sonho construir depois a nossa
própria casa.
Dedicamos particular atenção à preparação da celebração. Escolhemos casar na minha paróquia, e
escolhemos um fotógrafo que não percebeu bem por que razão terá de filmar a missa toda… mas irá faze-
lo com entusiasmo, pois percebeu que o importante é recolher a totalidade daquele momento.
Faremos a entrada na Igreja de acordo com uma das propostas do Rito do Matrimónio. Iremos receber os
convidados à porta da Igreja, com o padre e os acólitos. Entraremos em procissão, lado a lado, como
expressão da nossa escolha e como sinal da nossa vontade de nos casarmos. Os nossos pais e padrinhos
farão também parte da procissão de entrada, com o padre e os acólitos.
Os cânticos serão simples, mas litúrgicos, cantados de forma harmoniosa pelo coro da nossa Igreja. Já
escolhemos as leituras e escrevemos a oração universal que no dia serão lidas pelos nossos irmãos,
ganhando por isso um especial significado.
Pedro: Idealizamos que o nosso “Sim” seja dito olhos nos olhos, sem recurso a livro… iremos decorar o
texto do consentimento e assim podemos concentrar totalmente um no outro. A troca das alianças,
símbolo do infinito, tal como é infinito o amor de Deus por nós e o amor que queremos viver um com o
outro e com a graça de Deus bem como a ação de graças onde iremos a agradecer a Deus o dom do Seu
amor e nos consagramos a Maria serão o culminar da nossa celebração e o ponto de partida para uma
aventura muito maior, para uma felicidade mais profunda.
Este amor que nos une e que floresce com o casamento implica uma doação completa da nossa vida a
este projeto de Deus, o que nos leva a sermos fiéis, comprometidos com aquilo que o amor une.
Também um amor que perdoa, que não fica parado, mas cresce, amadurece. Sempre que nos tratamos
bem, que fazemos o esforço de amar concretamente o outro, ajudamos o amor a crescer. Este é um amor
que, por ser tão grande, transborda depois para várias formas de fecundidade do casal: na sociedade, na
Igreja e também nos filhos que apesar de ser também um dos pilares do nosso consentimento ao
matrimónio é um tema que esperamos abordar no futuro.
Terminamos assim o nosso testemunho! Obrigado pela vossa atenção e paciência!
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