Missão: Verão de 2020



No Dominismeeting do ano passado a irmã Flávia fez-me a proposta de participar numa atividade que ia haver durante o Tríduo Pascal na casa das irmãs. Na altura não aceitei. O Tríduo Pascal é uma altura muito importante e que exige responsabilidade acrescida a quem está mais ativo na paróquia. Nesse ano eu já ia a uma atividade no fim-de-semana do Domingo de Ramos e não queria estar a faltar às missas da paróquia dois fins-de-semana seguidos. Mas ao mesmo tempo pensei “talvez me consiga organizar para ir no próximo ano”. Este ano tinha decidido que ia. Sentia que era uma experiência que eu precisava e não valia a pena continuar a adiar. Quando entrámos em pandemia percebi rapidamente que não ia ser possível ir este ano. Fiquei bastante triste. Tinha andado mais de um ano a ganhar coragem para ir e agora que tinha decidido ir, já não ia ser possível. Eu não entendi bem o porquê, mas Deus bem sabia porque é que me tinha trocado as voltas. Deus queria dar-me algo melhor e, por isso, em vez de 3 dias concedeu-me 1 mês na casa das irmãs.
Na última semana desta missão houve um dia em que a televisão avariou e as irmãs estavam na sala em silêncio. Algumas estavam a ler revistas ou livros, mas outras não tinham com que se entreter. Em vez de tentar meter conversa com cada uma, decidi fazer algo diferente: fui buscar o guião do Dominismissio do ano passado e comecei a cantar com elas músicas populares. Quando já não nos lembrávamos de mais nenhuma começámos a cantar cânticos que cantamos habitualmente na missa. Eu estava tão entretida com elas que o tempo passou ainda mais depressa. Foi um momento agradável tanto para mim como para as irmãs. Estavam quase todas a cantar e a sorrir. 
Durante esta missão também saí de casa alguns dias. Tive a oportunidade de conhecer algumas comunidades da congregação (Parede, Aveiro, Sameiro e Fátima) e de visitar alguns sítios como o Santuário de Nossa Senhora do Sameiro e o jazigo onde está a Madre Fundadora (Teresa de Saldanha). A visita ao jazigo foi uma experiência marcante. Nunca lá tinha ido e o facto de poder entrar permitiu-me estar ainda mais perto dela. Pude oferecer-lhe flores e rezar por toda a congregação.


No último dia em que estive em missão as irmãs fizeram uma avaliação de como tinha sido a minha presença durante este mês. Foi um momento muito bonito. Embora eu estivesse mais em contacto com as irmãs mais idosas, todas as irmãs conseguiram dizer alguma coisa sobre a missão que fiz. Eu não tinha a noção de como eram importantes os pequenos gestos que eu fazia e só nesta partilha é que percebi o impacto que tiveram.
Foi uma experiência que nunca esquecerei e que me ajudou a vários níveis. Agradeço a cada uma das pessoas que rezaram por mim e a cada uma das Irmãs Dominicanas, em especial à irmã Flávia que me convidou para esta missão, à irmã Alzira e a todas as irmãs da comunidade do Restelo por todo o carinho e apoio que me deram ao longo deste mês.
Ana Mercês

 

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