Missão: Ser comunidade

 

Num dos encontros para a preparação da missão deste ano (que era para haver e não foi possível devido à pandemia), foi-nos proposto meditar e responder a algumas perguntas para partilharmos na reunião seguinte. Uma das perguntas era "Como ser comunidade de amor em missão?" Ao que eu respondi "Ser comunidade de amor em missão é estar atento a quem nos rodeia. É não ter medo ou vergonha de ir ter com alguém que precisa. É dar sem esperar receber. É ver Deus em cada pessoa que passa por nós e tratá-la com dignidade, confiantes que Deus nos vai ajudar mesmo quando sentimos que não estamos à altura dos desafios que Ele nos propõe".

Quando escrevi isto estava longe de pensar como ia ser a missão deste ano e agora que voltei a ler percebi como tento pôr em prática o que escrevi nesse dia.

No dia em que cheguei ao Restelo senti que ia ser verdadeiramente um desafio. Foi a primeira vez que fiz missão sozinha e a timidez atrapalhou-me um pouco no início. Nos primeiros dias cheguei a questionar-me se estaria à altura do desafio, mas Deus foi-me mostrando que sim.

Aqui sinto que é fácil ver Deus em cada uma das irmãs. Na que sofre com dores, na que olha para mim e pensa nas muitas crianças pobres que ajudou, na irmã que mesmo sem conseguir ajudar me chama à atenção para eu ajudar outra irmã, na irmã que quer ajudar mesmo que já não consiga, na irmã que me pergunta 3 ou 4 vezes como me chamo e faz um sorriso sincero quando descobre que tenho o mesmo nome que a mãe dela, nas irmãs que mesmo atarefadas param para ajudar uma irmã mais doente, e em tantas outras situações que tive a oportunidade de assistir.


Mesmo as irmãs mais idosas preocupam-se com o bem estar de quem as rodeia. É frequente ouvir alguma das irmãs perguntar-me se descansei bem de noite, se já comi ou se estou cansada. Há mesmo irmãs que até querem preparar o lanche para quem ainda não lanchou, que querem ajudar na cozinha ou que perguntam se podem ajudar a levar as cadeiras de rodas. É muito bonito ver que mesmo sem terem as capacidades que tinham, mantêm o gosto e a vontade de ajudar e de "Fazer o bem sempre e onde seja possível". A essência delas é fazer o bem e apesar da idade e da doença conseguem conservar esse dom de ver a Deus no outro e de quererem ajudar sempre que seja possível.

Ana Mercês 

Comentários

  1. Gostei muito do testemunho da Ana e gostei muito de a conhecer a presença dela marcou me bastante e fiquei feliz com a presemça dela junto das irmas doentes. Fico muito unida com a minha oraçao.

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  2. Querida Ana Mercês Gostámos muito do seu testemunho junto das nossas irmãs mais velhas e doentes. Que Deus ajude por tanto bem que tem feito por elas. Muita Coragem e perseverança neste caminho que pensamos quer seguir? Bjs. das Irmãs da Comunidade de Paderne

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  3. Fico feliz pelos lindos e ricos testemunhos. Eles fazem me crescer no Amor a Deus e a rezar pelo lindo trabalho e testemunho. Obrigada

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